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Sonangol melhora contas e volta aos resultados positivos em 2021

A Sonangol terminou 2021 com resultados operacionais na ordem dos 3357 milhões de dólares e “seguramente” vai fechar o ano com resultados positivos, anunciou esta Sexta-feira o presidente da petrolífera estatal.

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Sebastião Gaspar Martins apresentou os dados preliminares sobre o desempenho da petrolífera no ano passado numa conferência de imprensa em Luanda, salientando que o resultado financeiro estimado de 3357 milhões de dólares e a perspetiva de resultados líquidos positivos em 2021.

Para tal, apontou Gaspar Martins, foram decisivos a recuperação do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a estabilidade operacional da empresa e a redução dos custos.

Escusando-se a antecipar qual o resultado líquido esperado no final de 2021, o Presidente da Sonangol disse que será "seguramente" positivo.

"Estamos num processo de resultados provisórios, que vão passar por um processo de auditoria e daremos depois a conhecer o resultado final. Seguramente será positivo, isso posso garantir", destacou o responsável.

A petrolífera Sonangol terminou o ano de 2020 com um resultado líquido negativo de 2,5 mil milhões de euros, reflectindo a redução drástica das receitas do petróleo e o impacto da covid-19.

Os resultados a nível operacional fixaram-se em 2,2 mil milhões de dólares, permitindo manter os capitais próprios positivos em 9 mil milhões de dólares a e capacidade financeira para continuidade das operações.

O resultado operacional (EBITDA) alcançado em 2021 permitiu à Sonangol cumprir integralmente com todos os acordos financeiros internacionais, complementou Gaspar Martins.

A dívida financeira total recuou 2 por cento, de 4224 milhões de dólares em 2020 para 4119 em 2021 e o serviço da dívida diminuiu 4 por cento de 1760 para 1683 milhões de dólares. Os preços das ramas angolanas registaram um aumento de 74 por cento, de 40,72 para 71 dólares.

Além da recuperação dos resultados financeiros, o presidente da Sonangol destacou também os progressos em termos operacionais, a nível de exploração e produção, nomeadamente a alienação parcial de interesses participativos em blocos petrolíferos (Blocos 3/05, 4/05, 5/06, 15/06, 18, 23, 27 e 31) e a entrada da Sonangol nos Blocos 15 e 17, com 10 e 5 por cento de interesse participativo, respectivamente.

Em 2021 foi retomada a actividade de exploração no sentido de reverter o declínio que se vem registando, com dois novos poços de exploração e três em avaliação.

Não obstante, a produção, que representa 18,4 por cento do petróleo angolano, passou de 237.414 barris/dia em 2020 para 208.227 em 2021 (-12,3 por cento), uma redução que reflete a falta de investimentos na indústria em anos anteriores e o declínio natural dos reservatórios.

Verificaram-se igualmente progressos a nível das refinarias, prosseguiu Gaspar Martins.

Durante o ano 2021 foram comercializados no mercado interno 3,8 milhões de toneladas métricas (TM) de produtos refinados, mais 14 por cento do que em relação a 2020, um aumento associado à retoma gradual da atividade económica com o levantamento das restrições impostas pela pandemia da covid-19.

O presidente da Sonangol prevê para este ano um aumento da quantidade de gasolina a ser refinada na refinaria de Luanda. “A partir de maio de 2022, vamos iniciar testes e em seguida iniciar a produção de mais gasolina o que ira contribuir para a diminuição das importações”, adiantou.

Quanto à refinaria de Cabinda, espera-se que a primeira fase possa entrar em funcionamento já em 2022 ou início de 2023, prevendo-se também decisões quanto aos futuros investidores da refinaria do Lobito, que recebeu cinco propostas, ainda este ano.

Gaspar Martins realçou também o relançamento da construção do terminal oceânico da Barra do Dande que já se encontra numa fase avançada de construção e que irá garantir disponibilidade para as reservas estratégicas do país.

No âmbito das energias renováveis, a Sonangol destacou o arranque da construção de duas centrais fotovoltaicas no Namibe e na Huíla.

O presidente da petrolífera acrescentou que a empresa decidiu manter o foco nos hidrocarbonetos “e usar esta base de financiamento para continuar esta viagem para energias mais limpas”, perspectivando 1000 megawatts produzidos através de energias renováveis até 2030.

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