A gestão directa do terminal e a receita dos contratos com rendas fixas e variáveis foram os principais motivos apontados pela administração da empresa para justificar este crescimento.
Omar Matos, director de contabilidade e património do Porto de Luanda, explicou que o saldo da empresa também foi beneficiado pela taxa de câmbio, em função dos fretes indexados ao dólar, e pela saída da Soportos da gestão do terminal de cargas.
Citado pelo Expansão, o responsável explicou que essa saída representou mais de metade (53 por cento) do total da receita do porto no ano passado.
Omar Matos, que falava durante um balanço das actividades do porto, também revelou que nos últimos dois anos a receita do Porto de Luanda se fixou nos cerca de 49 mil milhões de kwanzas.
Os resultados líquidos também cresceram em 2020: o porto facturou cerca de 31 mil milhões de kwanzas, um aumento significativo quando comparado com os 15,7 mil milhões registados em 2019, adiantou.
Quanto ao tráfego, em 2020, o Porto de Luanda movimentou 3456 navios, tendo sido acostados 4024 navios, representando uma redução de 14 por cento relativamente a 2019.
A movimentação de mercadorias também sofreu uma quebra no ano passado: foram movimentadas menos 477 mil toneladas de mercadorias, comparativamente ao mesmo período em 2019.
A entrada de mercadorias no país também reduziu: entraram 6,6 milhões de toneladas de mercadorias, menos 7 por cento do que em 2019 (7,1 milhões de toneladas).
Estas quebras são justificadas com o aparecimento da covid-19, admitiu o responsável.
No ano passado, o Porto de Luanda registou um aumento na área da prestação de serviços. A empresa lucrou 24,3 mil milhões de kwanzas nesta área, registando um aumento de 505 por cento face aos 4 mil milhões arrecadados em 2019.
Os custos com pessoal também cresceram em 2020. Em 2019 a empresa gastou 7,9 milhões de kwanzas enquanto no ano passado foram gastos 10,7 mil milhões de kwanzas. De acordo com o Expansão, este aumento é justificado com a actualização de carreiras e a contratação de 22 novos colaboradores.
Apesar do aumento da receita, a empresa ainda tem de fazer alguns ajustes. O administrador para a área comercial da empresa, Miguel Pipa, revelou que o Porto de Luanda ainda tem de ir ao encontro dos padrões internacionais e regionais.
Para isso vai ser criado um plano, que poderá ficar pronto no final deste mês, de forma a orientar as actividades da empresa.
Miguel Pipa admitiu ainda que a concessão da gestão do terminal para a Dubai Ports World (DP World) é uma mais valia.
