Descontentes com a administração do país, sedentos por melhores condições de vida e reivindicadores de oportunidades de emprego, os manifestantes pretendiam marchar até ao Palácio Presidencial. A manifestação foi, uma vez mais, frustrada pelas autoridades.
Os jovens começaram por se concentrar por volta das 11h00 junto ao cemitério de Santa Ana. Não tendo autorização para iniciar a marcha de manifestação, terão iniciado actos de vandalismo, nomeadamente, queima de pneus, colocação de lixo e obstáculos nas estradas e danificação de bens públicos, relata a Angop.
A acção despoletou a intervenção da Polícia Nacional, obrigando os manifestantes a mudar a rota para Avenida Brasil, onde voltaram a ser cometidas irregularidades, entre as quais o desrespeito pelas medidas de biossegurança impostas pelo estado de calamidade pública para controlar a pandemia de covid-19.
Foi necessária a intervenção dos bombeiros para extinguir pequenos fogos postos em pneus ou viaturas paradas – e mesmo em circulação – de acordo com o relato do director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Comando Provincial da Polícia em Luanda, Nestor Goubel.
"O acto proporcionado pelos manifestantes levou com que as forças reagissem para manter a ordem pública, uma vez que não respeitaram com o estipulado na Lei 16/91", afirmou o oficial, citado pela Angop. O responsável avançou ainda que foram detidos dois cidadãos, sendo que um deles transportava uma catana.
O oficial da polícia assegurou que a autoridade tomará as medidas necessárias no sentido de impedir tais incidentes. "A dada altura o jovem pretendia desferir um golpe num agenda da polícia e depois sair disfarçado no meio dos cidadãos", relatou.
Nas restantes províncias de Angola foram registados actos idênticos ao da capital, nomeadamente em Malanje.