O projecto, conhecido como Marginal da Corimba, teria rendido à empresa de Isabel dos Santos 500 milhões de dólares, implicando a expulsão de uma comunidade piscatória que residia num local conhecido como Areia Branca. O caso foi divulgado no âmbito da investigação jornalística conhecida como 'Luanda Leaks'.
A Urbinveste nega a notícia e diz que a acção de despejo que foi executada a 1 de Junho de 2013 surgiu na sequência de uma obra, designada como "Marginal de Sudoeste" que estava a cargo da empresa brasileira Odebrecht.
"A obra designada por 'Marginal Sudoeste' foi adjudicada à Odebrecht pelo Governo Angolano em 2010 e não tem nenhuma relação com o projecto 'Marginal Corimba' promovido pela Urbinveste em 2016", salienta a empresa num comunicado.
Segundo a Urbinveste, a zona da Areia Branca "foi intervencionada pela Odebrecht, em 2012-2013, para construir uma estrada ligando a zona da Chicala à Corimba ao longo dos terrenos da marginal já existente".
Quanto à Marginal da Corimba, "trata-se de um aterro marítimo" em que a terra seria dragada e reclamada ao mar, e sobre o qual seria construída uma estrada, um projecto "sem impacto em terrenos existentes, nem impacto sobre as populações existentes, nem necessidade de realojamentos".
A empresa diz que em Junho de 2013, data que foram feitos os despejos da zona da "Areia Branca", o projecto Marginal da Corimba não existia, tendo sido aprovado pelo governo angolano, na altura liderado por José Eduardo dos Santos, pai de Isabel dos Santos, apenas em 2016.
No entanto, o projecto Marginal Corimba foi anulado e nunca chegou a ser construído.
"É assim inteiramente falso que a Urbinveste tenha recebido centenas de milhões de dólares para participar num qualquer plano de renovação da zona da Areia Branca", continua o comunicado, reforçando que os projectos "Marginal Sudoeste" da Odebretch e "Marginal da Corimba" promovido pela empresa de Isabel dos Santos são "totalmente diferentes, promovidos por empresas diferentes e a implementar em áreas diferentes da Cidade de Luanda".
A Urbinveste declara-se ainda "chocada e consternada" com a forma como foi feito o despejo da população e, embora garanta não ter tido qualquer intervenção, nem estar relacionada com a obra, manifesta-se disponível para apoiar as famílias que foram sujeitas a esta situação "em prol da sociedade angolana".