"Angola está aberta para apoiar os investimentos do sector privado internacional em domínios tão diversos como a agricultura, a agro-indústria, indústria transformadora e extrativa, pescas e turismo, mas pretende também desenvolver parcerias público-privadas para a criação de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias, de produção e distribuição de energia e água potável e de telecomunicações", disse João Lourenço.
O chefe de Estado falava na abertura do 8.º Fórum Económico Angola-Alemanha, onde esteve acompanhado da chanceler alemã Angela Merkel.
O Presidente salientou que foi recentemente aprovada e regulamentada a Lei sobre as Parcerias Público-Privadas, estando agora reunidas as condições para que os empresários se juntem aos esforços do executivo na concretização das grandes obras de infra-estruturas públicas, o que irá ajudar a reduzir a dívida publica.
"Estamos a criar bases para uma economia forte e sustentada para acabar com dependência do petróleo", reforçou João Lourenço, focando dois pilares essenciais para diversificação da economia: a criação de um verdadeiro Estado de direito onde não haja lugar à corrupção e práticas de nepotismo e a consolidação da economia de mercado.
Sobre o Estado de direito, o chefe de Estado destacou a necessidade de transparência e igualdade de oportunidade entre cidadãos, a sã concorrência entre agentes do mercado e acesso à justiça, rápido e igual para todos.
O Presidente assinalou que tendo em conta os "efeitos nefastos da corrupção na economia e em toda a sociedade", o executivo tem vindo a tomar medidas concretas para corrigir aspectos que conflituam com o ambiente de negócios "que se pretende e se está a criar com apoio de todos".
Acrescentou que estão também a ser implementadas iniciativas contra o branqueamento de capitais, bem como a recuperação de activos que foram ilegalmente transferidos.
Quanto à consolidação da economia de mercado, apontou os esforços no sentido de regularização do mercado cambial e o programa de estabilização macroeconómica que conta com apoio financeiro e técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI).
João Lourenço abordou ainda o programa de privatizações e activos públicos, que supõe a alienação de mais de 190 empresas até 2022.
"Com este processo pretendemos promover o crescimento rápido e sustentado da economia nacional e aumentar o emprego e rendimento dos nossos cidadãos", sublinhou.
O Presidente salientou que a Alemanha é uma grande potência económica e tecnológica, e líder mundial de investigação científica e inovação, com quem Angola quer fortalecer e estabelecer bases de cooperação estratégica que resultem em benefício para ambas as partes.
"Precisamos de atrair investidores internacionais que tragam capital, mas também ‘know how’", que permita diversificar a economia e incrementar as exportações, referiu o chefe de Estado, convidando os empresários alemães a abraçar as oportunidades que Angola oferece.
Angela Merkel focou, na sua intervenção, a luta contra corrupção, que considerou "um passo corajoso e necessário" e destacou que a formação profissional é uma característica de todas as empresas alemãs, que será também central na cooperação com Angola.
Um dos acordos assinados durante a visita da chanceler a Angola visa precisamente a fundação de uma academia de formação profissional da Voith, através de um acordo com o Ministério da Energia e Água.
Foram ainda assinados acordos com a Siemens, no âmbito do desenvolvimento do projecto do metro de superfície de Luanda, de cooperação entre a Andritz Hydro e a Omatapalo na área da energia hidro-eléctrica, e de reabilitação das estradas nacionais 140 e 295, entre Gauff e o Instituto de Estudos, Planeamento e Estatística.
Um quarto acordo visa a criação de um Cash Center para o Banco Nacional de Angola (BNA), entre a Giesecke+Devrient e o BNA.