"Este é um processo complexo, não se aborda de maneira simples, reconhecemos de facto que as coleções angolanas se encontram nas Europas, Américas, mas é preciso iniciar primeiro um trabalho de identificação desses objectos e depois a segunda fase será passar à negociação para o retorno", respondeu à Lusa o director nacional dos museus, Ziva Domingos.
O responsável referiu, em Luanda, que para a recuperação dessas coleções Angola terá de "cruzar suas acções" com organizações como a UNESCO, o Conselho Internacional dos Museus e a Interpol.
Segundo Ziva Domingos, as instituições internacionais "deverão colaborar com o Governo no sentido de ver e estudar as modalidades de como recuperar” o acervo”. "É um processo complexo, que não se faz num só dia, mas o que é certo, hoje a nível do mundo tornou-se, basicamente, uma febre falando do retorno de bens africanos aos seus países de origem", disse.
E acrescentou: "Nós não podemos ficar insensíveis, temos de começar a fazer um trabalho no sentido de recuperar o que puder das instituições europeias e americanas".
Questionado sobre o número real de peças espalhadas pelo mundo, o director dos museus de Angola referiu que para se aferir o número real o passo primordial é a sua identificação.
"Neste momento, não há números, como dizia, é necessário começar primeiro por identificar, mas é preciso irmos ao pormenor e estamos numa fase de reflexão e da construção da estratégia para irmos à busca desses objectos", notou.
Ziva Domingos falava no final da cerimónia de assinatura de um Memorando de Cooperação Técnica para a Valorização das Colecções do Museu Nacional de Antropologia, que decorreu em Luanda.