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Deputado Higino Carneiro notificado para prestar declarações

O deputado e antigo governador de Luanda, Higino Carneiro, foi notificado para comparecer Terça-feira na Direcção Nacional de Investigação e Acção penal (DNIAP) para "prestar esclarecimentos" numa averiguação em curso, disse à agência Lusa fonte oficial.

Ampe Rogério:

Segundo o porta-voz da Procuradoria-Geral de República (PGR), Álvaro João, a notificação é um processo "normal" quando alguém é convocado para "prestar declarações" sobre uma investigação, pelo que Higino Carneiro, também antigo ministro das Obras Públicas (2002/10), "não é arguido".

Álvaro João não adiantou em que investigação é que Higino Carneiro, um general considerado próximo do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, vai prestar declarações, remetendo a Lusa para um comunicado que a PGR vai divulgar Terça-feira, após a audição ao deputado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Em Agosto de 2018, o semanário português Expresso noticiou que as irregularidades detectadas pela Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), durante as acções inspectivas realizadas em diversas entidades públicas, conduziram ao congelamento de contas bancárias dos ex-ministros Higino Carneiro e Manuel Rabelais, este último já foi ouvido no DNIAP na passada Terça-feira e que está proibido de sair do país.

Associado a suspeitas de má gestão, Higino Carneiro, segundo o IGAE, nunca justificou despesas de cerca de 30.000 milhões de kwanzas relativas a um período no tempo em que foi ministro das Obras Públicas, tal como exigiu na altura a Inspecção.

O levantamento dessas irregularidades, referentes a 2007, veio à tona no âmbito de um seminário sobre as "Principais Irregularidades na Administração Pública e a Lei", promovido pela IGAE.

Segundo indicou então o director do gabinete de Inspecção da IGAE, Tomás Gabriel, além das promoções indevidas e dos encargos com carros externos à instituição, a antiga tutela do Ministério das Obras Públicas não celebrou contratos com o pessoal eventual e deixou por justificar despesas naquele valor.

Tomás Gabriel relatou que, quando confrontado com estas irregularidades, Higino Carneiro "disse que não tinha tempo para dar justificações".

Ainda referente a actos ocorridos em 2007, a IGAE constatou a existência de "remuneração ilegal" da Comissão de Coordenação do chamado Projecto da Linha de Crédito da China, bem como a aquisição de meios não inventariados e a execução de 64 contratos cujos vistos foram recusados pelo Tribunal de Contas.

A 28 de Setembro, na sequência do congresso extraordinário que o MPLA realizou 20 dias antes e que levou o já então chefe de Estado, João Lourenço, também à liderança do partido, Higino Carneiro foi substituído no cargo de segundo vice-presidente da Assembleia Nacional, mantendo apenas as funções de deputado.

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