De acordo com Archer Mangueira, em causa estão medidas que visam reduzir o endividamento angolano e que passam, nomeadamente, pelo "abandono da indexação da dívida", um tipo de emissão que até agora protegia os investidores da desvalorização do kwanza.
"[Angola] vai deixar de emitir instrumentos de dívida, designadamente Bilhetes do Tesouro e Obrigações do Tesouro, indexados ao dólar", afirmou o Ministro das Finanças, numa entrevista ao canal público de televisão, na Quarta-feira à noite.
"O objectivo é de facto alterar a actual trajectória crescente da dívida. Fazer com que ela deixe de estar concentrada em instrumentos de muito curto prazo, designadamente Bilhetes do Tesouro, que são instrumentos que o Estado coloca no mercado para captar recursos com uma maturidade de apenas um ano, para permitir que esta dívida seja paga ao longo do tempo, evitando que haja uma pressão de tesouraria no curto prazo", avançou, na mesma entrevista, o ministro das Finanças.
Apesar deste anúncio, o Estado está em condições de emitir até 1621 milhões de dólares em Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio do dólar norte-americano enquanto o OGE de 2018 não entrar em vigor, o que deverá acontecer no início de Março.