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Emissão de Títulos do Tesouro angolano cresce 45 por cento numa semana

A dívida pública colocada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou na última semana mais de 45 por cento, para 47,3 mil milhões de kwanzas, em títulos de tesouro com taxas de juro acima dos 15 por cento.

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Segundo o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, enquanto operador do Estado, o banco central colocou no mercado primário, entre 15 e 19 de Fevereiro, 25,8 mil milhões de kwanzas em Bilhetes do Tesouro (BT) e 18,1 mil milhões de kwanzas em Obrigações do Tesouro (OT).

As taxas de juro médias pela emissão de BT oscilaram entre os 14,09 por cento e os 15,95 por cento, para as maturidades de 91 e 364 dias, enquanto as OT fecharam com taxas de juro de até 7,77 por cento, para as maturidades de cinco anos.

No segmento de venda directa de títulos ao público foram ainda colocados pelo BNA, na última semana, 3,5 mil milhões de kwanzas, que também chegaram a taxas de juro de 15,95 por cento (a um ano).

No total, a venda de Títulos de Tesouro pelo BNA elevou-se na última semana a 47,3 mil milhões de kwanzas, um aumento de 45 por cento face à anterior, que se cifrou em 32,4 mil milhões de kwanzas.

A Lusa noticiou a 8 de Fevereiro que Angola pretende emitir quase 1,9 mil milhões de euros de dívida pública na forma de Obrigações do Tesouro este ano, dos quais quase 400 milhões em moeda externa, para financiar investimentos públicos.

No total, o Governo angolano prevê emitir, em kwanzas, Obrigações do Tesouro no valor de 264.791.800.000 kwanzas, a colocar em leilões de preços, para "financiamento de investimentos públicos previstos no Orçamento Geral do Estado [OGE]".

Foi ainda definida a emissão de Obrigações do Tesouro, com o mesmo fim, mas em moeda externa - moeda a definir posteriormente segundo o documento consultado pela Lusa - no valor de 66.197.000.000 kwanzas.

A agência de notação financeira Standard & Poor's desceu a 12 de Fevereiro o 'rating' da dívida soberana de Angola de ‘B+' para ‘B' devido à descida do preço do petróleo e à dependência destas exportações, levando ao aumento do endividamento do país.

No comunicado com a decisão, que assume ainda uma perspectiva de evolução "estável" do 'rating', aquela agência justifica a decisão com os preços do barril de petróleo no mercado internacional "mais baixos do que o esperado" nas previsões 2016-2019.

"Adicionalmente, os empréstimos internos e externos do Estado, juntamente com uma taxa de câmbio fraca, tem elevado o peso da dívida pública e esperamos que a dívida bruta de Angola atinja os 50 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] este ano", lê-se no comunicado.

"Prevemos necessidades de financiamento externo bruto de Angola de aproximadamente 31 mil milhões de dólares este ano e no próximo, das quais cerca de metade de curto prazo", aponta ainda Standard & Poor's.

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