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Economia

Analistas afirmam que preço do petróleo deve subir para perto de 50 dólares até final do ano

O petróleo pode subir quase 50 por cento para perto dos 50 dólares até ao final deste ano, face aos cerca de 30 dólares a que está a ser vendido actualmente, de acordo com as estimativas dos 17 analistas.

Kamran Jebreili:

"Os analistas estão a projectar que os preços vão subir mais de 15 dólares até final de 2016, com o barril de crude de Nova Iorque a chegar aos 46 dólares no último trimestre, e o barril de Brent, em Londres, a transaccionar nos 48 dólares no mesmo período, segundo a média de 17 estimativas compiladas este ano", escreve a agência financeira Bloomberg.

O petróleo, que está em valores mínimos dos últimos 12 anos, vai deixar de estar em excesso no mercado quando a produção de xisto nos Estados Unidos começar a decair, antevê o Goldman Sachs, na linha do que prevê o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

De acordo com estes cálculos, a produção nos Estados Unidos, um dos maiores produtores mundiais, com 9,6 milhões de barris por dia, vai cair 620 mil barris por dia, cerca de 7 por cento do total, até aos últimos meses deste ano.

A Agência Internacional de Energia, por seu lado, prevê que a oferta dos países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo caia 600 mil barris por dia este ano, o que pode abrir caminho para abrandamento da procura, já que os preços baixos têm estimulado a compra de petróleo, por exemplo para armazenamento.

Exemplo disso é a política energética chinesa, que apesar do abrandamento da procura interna e da necessidade de combustível, tem mantido e até aumentado as compras de petróleo para armazenamento, nomeadamente de Angola, que registou em Dezembro o valor mais elevado dos últimos quatro anos em vendas para o gigante asiático.

"Vamos ver preços do petróleo mais altos com uma redução da procura e da oferta na segunda metade deste ano", vaticinou o líder da BP, Bob Dudley, numa entrevista à televisão da Bloomberg, esta semana, na qual considerou que a produção supera a procura em um milhão de barris por dia.

A descida do preço do petróleo trouxe significativas alterações a nível da política de investimentos das empresas petrolíferas, com as administrações a terem de escolher entre manter a política de altos dividendos aos accionistas dos últimos anos, ou a usar as verbas para novos investimentos, reduzindo o retorno para os accionistas e investidores.

De acordo com estudos apresentados por consultoras, a opção generalizada tem sido a de reduzir os investimentos. Assim se explicam os cerca de 320 mil milhões de dólares em novos investimentos que a Woodmac, uma consultora do sector, diz que fora cancelados ou adiados.

A Rystad Energy, uma consultora norueguesa, publicou esta semana um estudo no qual considera que a queda do preço do petróleo em 75 por cento desde meados de 2014 já fez adiar 63 investimentos no valor de 230 mil milhões de dólares desde a segunda metade de 2014.

"As companhias de serviços petrolíferos adiaram gastos na ordem dos 230 mil milhões de dólares a serem gastos entre 2015 e 2020", lê-se no estudo que acrescenta que o número de projectos adiados passou de 40, em meados do ano passado, para os 63 actuais, principalmente nos projectos mais pequenos, tradicionalmente os primeiros a serem repensados devido ao menor retorno financeiro expectável.

O gigante norte-americano Exxon, por exemplo, cortou a previsão de investimentos para o valor mais baixo dos últimos 10 anos, ao passo que a Standard & Poor's tirou o 'rating' de triplo AAA - o mais elevado - à Chevron, o que aconteceu pela primeira vez em quase três décadas.

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