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BMI alerta que aumento da produção de petróleo não chega para compensar preços baixos

A consultora Business Monitor Internacional (BMI) considera que o aumento de produção de petróleo em Angola nos próximos anos e consequente receita de exportação deverá ser insuficiente para compensar os preços baixos que a indústria enfrenta.

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"As receitas das exportações de petróleo vão ser pressionadas nos próximos anos devido à forte e sustentada queda dos preços do petróleo, mas também por causa da subutilização do terminal de exportação de gás natural líquido e dos preços das matérias-primas", escreve a consultora.

No relatório sobre o petróleo e gás em Angola no primeiro trimestre deste ano, a que a Lusa teve acesso, os analistas da BMI antecipam um aumento da produção de petróleo no país acima do que esperavam anteriormente, colocando agora a previsão de produção acima dos 2 milhões de barris por dia já este ano.

"Angola vai continuar a ver uma exploração sustentada das suas águas, mas esperamos um abrandamento na perfuração em águas profundas e no pré-sal, de elevado custo e risco, uma vez que as companhias estão a tentar controlar as despesas de capital e a exercer maior disciplina orçamental", dizem os peritos da BMI.

Até 2020, acrescentam, é provável que a produção continue a subir, não só pelas novas descobertas, mas também pela exploração dos actuais poços, mas a partir da próxima década o mais provável é que esta subida de 2 milhões para cerca de 2,3 milhões de barris por dia no final desta década comece a reduzir-se "devido às taxas naturais de declínio nos poços em produção e ao abrandamento dos novos investimentos num contexto de preços mais baixos".

No relatório, a BMI identifica como pontos positivos uma indústria variada da serviços, bem implementada num sector com tradição e com uma infra-estrutura desenvolvida, assim como dá boa nota da vasta área de potenciais reservas ainda não exploradas.

Em sentido oposto, identifica um "ambiente de negócios desafiante, infestado pela corrupção de alto nível", e uma presença forte da petrolífera nacional, a Sonangol, bem como um mercado nacional de gás pequeno.

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