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Cultura

Luanda vai ser casa de Fado no regresso de Ana Moura

Diz que cresceu a ouvir falar de Angola como o lugar perfeito. Que sempre lhe sentiu os cheiros, os sabores e as gentes. A simpatia, a honestidade e o calor humano que conhecemos em cada esquina. O amor de mãe colocou-lhe a música angolana no sangue. Agora, atravessa o Atlântico, para uma espécie de regresso às origens. No próximo dia 5, o Lookal abre as portas a Ana Moura e os angolanos abrem o coração ao Fado.

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Ana, o que é que espera deste regresso a Angola? O que é que a fez querer voltar a cantar em África?

Para mim tudo é motivo para querer voltar a África, tenho uma ligação muito forte com África e Angola, particularmente. A minha mãe é natural do Lubango de modo que cresci a ouvir falar de Angola como o lugar perfeito. O lugar das frutas mais doces, o cheiro dos morangos e das goiabas, mal se aterra no aeroporto do Lubango, a música, o clima, o calor humano tão comuns em África e o respeito pelas pessoas mais velhas, consideradas os grandes sábios, independentemente de terem ou não estudos.

O que é que vamos poder ouvir no próximo dia 5 no famoso Lookal? Muito “Desfado” ou também temas de outros álbuns?

Para o próximo dia 5, no famoso Lookal estou a preparar temas que fazem parte da minha história, com a formação musical do Desfado.

O Fado é um género muito querido pela maioria dos angolanos. No entanto, a Ana faz parte de um grupo de músicos contemporâneos que se dedica a “renovar o Fado”. Acha que os angolanos gostam e estão a par destas novas tendências?

Eu acho que os angolanos gostam e estão a par das novas tendências e a prova disso é este convite que me foi feito para regressar a Angola.

Vai levar uma importante parte da cultura portuguesa a Angola. O que é que espera em retorno? Sente-se acarinhada quando visita o país?

Vai ser o meu segundo concerto em Angola, sendo que o primeiro foi privado. Daí estar tão feliz de poder regressar e fazer, finalmente, o meu concerto em Luanda.

A música angolana está presente nas suas origens, e ocupou parte da sua infância. É seguidora atenta do que se passa em Angola em termos musicais? Algum artista favorito?

Eu adoro música angolana e cresci a ouvir a mais antiga desde Carlos Buriti, Ruy Mingas, Bonga, Paulo Flores. Mas através das tournées que vou fazendo, muitas são as vezes que vejo o nome dos Buraka Som Sistema por esse mundo fora e sinto-me sempre orgulhosa.

Já pensou alguma vez em incorporar certas sonoridades da nossa música nos seus temas? Acha que seria uma experiência interessante?

Já pensei várias vezes e já o tenho feito. Acho muito interessante. Está no meu sangue. Desde sempre que gosto de cantar e dançar música angolana. E a sonoridade dos dialetos mais especificamente o umbundo e o kimbundo que me são mais familiares, a minha avó fala ainda um pouco de umbundo.

Ana Moura em 2015. Do que é que vamos ouvir falar? Um novo álbum, já mexe?

Sim, já estou a preparar o meu novo álbum. Entrarei em estúdio ainda antes do próximo verão. E estou ansiosa!

 

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