Segundo uma nota da Presidência da República, a que o VerAngola teve acesso, a deslocação de Tshisekedi a Angola serviu para fazer "uma análise conjunta dos passos subsequentes a dar no quadro do Processo de Luanda, tendo em conta a situação criada com a tomada de Goma por forças rebeldes".
A Presidência adianta igualmente que a audiência decorreu no "âmbito dos esforços de mediação empreendidos pelo Presidente João Lourenço, com vista ao restabelecimento da paz e segurança no Leste da República Democrática do Congo".
Nos últimos dias, a situação na RDC agravou-se, depois de Goma, capital da província do Kivu-Norte, ter sido ocupada pelo movimento M23 e por tropas ruandesas, que tomaram o aeroporto na passada Terça-feira. Além disso, em Kinshasa, manifestantes também atacaram diversas embaixadas, entre as quais a do Ruanda, Quénia, França, Bélgica e Estados Unidos da América.
Face a estes desenvolvimentos no país vizinho, João Lourenço, através de um comunicado divulgado esta Quarta-feira, manifestou "grande apreensão", tendo deplorado a "ocupação da cidade de Goma" e apelado à "retirada imediata do M23 dos territórios ilegalmente ocupados".
O Presidente da República também apelou à "retirada imediata das Forças de Defesa do Ruanda do território congolês para que se criem urgentemente as condições para a estabilização da vida das populações, incluindo a normalização do funcionamento do aeroporto da cidade de Goma em condições de segurança, com vista a facilitar o regresso em segurança dos membros do Mecanismo de Verificação Alargado Reforçado (MVAR) e do Mecanismo de Verificação Alargado da CIRGL, e para a entrada da ajuda humanitária a favor das populações deslocadas e refugiadas".
Entre outros aspectos, no comunicado, o chefe de Estado também instou a "RDC e o Ruanda a respeitarem os compromissos assumidos ao abrigo do Processo de Luanda, permitindo que se criem as condições necessárias para a convocação de uma Cimeira Tripartida em Luanda, com carácter urgente, em data a ser comunicada oportunamente".