"Congratulámo-nos com o anúncio feito ontem sobre o acordo de paz alcançado entre Israel e Hamas, que vai pôr fim ao sofrimento do povo palestiniano que habita aquela parcela do território palestiniano", disse João Lourenço, em declarações no Palácio do Eliseu, em Paris, onde se encontra a realizar uma visita de Estado de dois dias a convite do homólogo francês, Emmanuel Macron.
Segundo o chefe de Estado, o acordo também permitirá uma "maior intervenção em termos de ajuda humanitária", bem como possibilitar reconstruir aquele território.
"Vai permitir uma maior intervenção em termos da ajuda humanitária para diminuir o sofrimento daquele povo; vai permitir, quando chegar o momento de dar início à reconstrução daquela faixa do território, a reconstrução de Gaza; vai permitir a libertação dos reféns que se encontram nas mãos do Hamas, assim como a libertação de prisioneiros palestinianos do Hamas que se encontram nas prisões israelitas", considerou.
Assim, saudou o acordo, mas disse ser importante criar-se o Estado da Palestina: "Portanto, saudamos esse acordo alcançado ao fim de meses de negociação, mas consideramos importante não esquecer a necessidade de recordar a todos, israelitas, palestinianos, à comunidade internacional, a necessidade da criação do Estado da Palestina, única forma, no nosso entendimento, de se pôr termo a esse conflito que, infelizmente, dura há bastantes anos".
Refira-se que Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo em Gaza, que começa a vigorar no Domingo.
Na sua intervenção, divulgada pela Presidência da República e a que o VerAngola teve acesso, o Presidente da República também falou "dos conflitos um pouco por todo o mundo", como por exemplo o "conflito que opõe a República Democrática do Congo à República do Ruanda, em que Angola está a jogar o papel de medianeiro, fazendo um esforço" a ver se consegue "pôr termo a este conflito que dura há décadas", a situação no Sudão, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, entre outros.
Já deixando de lado os conflitos, João Lourenço falou sobre o investimento mútuo entre Angola e França.
"Em relação às questões bilaterais, sem querer ser muito exaustivo, gostaria de dizer que manifestámos o interesse comum de reforçar os laços de amizade e cooperação em praticamente todos os domínios das economias dos nossos dois países", disse.
Entre outros aspectos, disse ainda que o interesse é recíproco: "O interesse é recíproco. Os franceses estão interessados em continuar a investir em Angola, da mesma forma que nós, na medida das nossas capacidades, o faremos aqui no território francês".