Ver Angola

Cultura

António Ole de regresso para expor “Reservatórios de Memória”

Cinquenta e oito anos depois da sua primeira exposição, António Ole - inegavelmente um dos artistas mais (re)conhecidos de Angola - regressa para uma nova mostra individual. "Reservatórios de Memória" é inaugurada esta Sexta-feira, estando em exibição no Espaço Luanda Arte (ELA) até ao final de Março.

:

"A exposição 'Reservatórios de Memória' de António Ole destaca-se não apenas pela força estética das suas obras, mas também pela profundidade conceptual com que aborda as questões de memória, de identidade e de história", começa por referir Dominick Maia, no texto curatorial da mostra.

Composta por trabalhos em papel e ferro, para além das já conhecidas colagens do autor, "revela um universo simbólico onde o passado e o presente se interconectam, questionando as narrativas estabelecidas e propondo novos olhares sobre a história de Angola", acrescenta o texto.

Ao articular esses elementos - "com uma sensibilidade única" - o artista convida o público a reflectir sobre a importância de preservar as memórias do que foi vivido, ao mesmo tempo que lança o desafio de re-imaginar o futuro, "com base no entendimento e na reconciliação com esse passado".

António Ole nasceu em Luanda, em 1951. Estudou cultura e cinema afro-americanos na Universidade da Califórnia, e filme no Centro de Estudos Avançados de Cinema e Televisão, American Film Institute, também nos EUA. Artista versátil, é distinguido pela sua fotografia, pelos seus documentários e pelas suas instalações multimédia em larga escala, através das quais explora as texturas da vida em locais urbanos marginais.

A primeira exposição de António Ole foi em 1967 e, desde a sua esteia internacional no Art-Museum Afro-Americano (Los Angeles) em 1984, suas obras foram exibidas em muitas exposições, festivais e bienais, incluindo Havana (1986, 1988, 1997), São Paulo (1987), Berlim (1997), Joanesburgo (1995, 1997), Dakar (1998), "The Short Century: Independence and Liberation Movements in Africa 1945-1994" (2001 e 2002), Veneza (2003, 2007, 2015 e 2017) e "Africa Remix: Arte Contemporânea de um Continente" (de 2004 a 2007), exibida em lugares tão incomuns como o Museu Kunstpalast, Düsseldorf, a Hayward Gallery, Londres, o Centro George Pompidou, Paris, O Museu de Arte Mori, Tóquio, o Moderna Museet, Estocolmo e a Galeria de Arte de Joanesburgo, e "Quem Sabe Amanhã" (2010) no Museu de Arte Contemporânea de Berlim.

Ole ganhou vários prémios em Angola, Portugal e Cuba, e seu trabalho pode ser encontrado em inúmeras colecções públicas e privadas em Angola, Portugal, África do Sul, Estados Unidos, Alemanha e Cuba. Exemplo disso é  são a Colecção Lopes Crespo, a Colecção ANCA, a Colecção SIEP/Presidente Business Centre, a Sonangol EP, o Banco Millennium Atlantico, o Banco Caixa Angola, a Colecção Nuno de Lima Pimentel, a Colecção da Fundação Gulbenkian, a Colecção Robert Devereux Collection, a Smithsonian NMAA e a National Gallery. Também fez parte da colecção particular de David Bowie, que foi vendida pela Sotheby's em Novembro de 2016, assim como no leilão da Sotheby's de "Arte Africana Moderna & Contemporânea", realizada em Maio de 2017.

Depois da inauguração, esta mostra poderá ser visitada no ELA entre Terça-feira e Domingo, das 12h00 às 20h00, até 28 de Março. Recorde-se que o Espaço Luanda Arte, que conta já nove anos de existência, mudou de endereço e agora se situa numa vivenda na Rua do Libanês (perto da Movicel).

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.