Ver Angola

Política

PRS-FNLA consideram inoportuno processo de destituição do PR

Deputados do grupo parlamentar misto PRS-FNLA consideraram “inoportuno” o processo de destituição do Presidente, João Lourenço, afirmando que a sua concretização resultaria em descalabro.

: Lusa
Lusa  

Segundo o deputado Benjamim da Silva, que apresentava esta Quinta-feira a declaração política do grupo parlamentar misto Partido de Renovação Social (PRS) e Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), ambos na oposição, a iniciativa de acusação e destituição do Presidente é reflexo do "abuso da liberdade de expressão".

"A concretizar-se o processo de destituição (do Presidente angolano) resultaria num autêntico descalabro da nossa sociedade, porque é incongruente transladar-se tudo quanto se passa lá fora, no exterior", disse o parlamentar da FNLA, que falava na sessão plenária desta Quinta-feira.

O processo de acusação e destituição do Presidente, João Lourenço, que começou em 2023, é uma iniciativa do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição).

A UNITA justificou a iniciativa com um "desvio do sistema de Governo estabelecido pela Constituição angolana, que se traduz na existência de um partido-Estado no lugar do Estado democrático de direito, na captura do Estado e economia por uma oligarquia e em ostensivas violações à Constituição".

Deputados do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) reprovaram a iniciativa da UNITA, em reunião extraordinária no parlamento, uma sessão que, para o partido da oposição, decorreu à margem da Constituição e do regimento da Assembleia Nacional, tendo recorrido ao Tribunal Constitucional, queixando-se de "irregularidades" na criação de uma comissão parlamentar para avaliar o processo.

Em relação à actual condição socioeconómica dos angolanos, Benjamim da Silva disse que persiste pelo país o "grito da fome", considerando que a riqueza angolana "não está democratizada" na sociedade, "mas concentrada em tão poucos" que enriqueceram "à custa da camada social que se tornou indigente".

"Torna-se imperativo e improrrogável o estabelecimento de um salário que dignifique o cidadão, nós não temos estatuído nenhum salário mínimo neste país, é urgente", vincou.

Sobre o contexto político do país, o histórico político da FNLA exortou os actores políticos a interiorizarem que a "alternância não é um mito".

Benjamim da Silva dirigiu-se ainda ao MPLA, no poder desde 1975, referindo que vigora no país um "regime de partido único" em quase meio século, observando que a actual constituição do parlamento "desmente categoricamente" o seu slogan de que "o MPLA é o povo e o povo é o MPLA".

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.