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Sector segurador emitiu prémios brutos de 312,7 mil milhões de kwanzas em 2022

O sector segurador angolano emitiu prémios brutos de 312,7 mil milhões de kwanzas em 2022, mais 13 por cento face a 2021, com os seguros não vida a liderarem a carteira de prémios.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

No estudo "Angola Insurance Outlook", que apresenta os principais resultados do sector segurador entre 2019 e 2022 apresentado esta Terça-feira, em Luanda, pela Ernest Young (EY) Angola, refere-se que os prémios brutos adquiridos em 2022 foram de 300,3 mil milhões de kwanzas contra os 263 mil milhões de kwanzas de 2021.

A estrutura da carteira de prémios não-vida "alterou significativamente" no período em análise, com um peso de 92 por cento. Os seguros de acidentes, doenças e viagens têm a maior fatia da produção total em todos os anos, representando mais de metade da produção total em todos os anos, observa-se no estudo.

A componente do seguro agrícola em Angola é também desenvolvida nesta pesquisa da EY.

O mercado angolano da banca e seguros apresentam um sentimento de "incerteza e relutância" em assegurar os riscos inerentes ao seguro agrícola, apesar da importância vital da agricultura para o país lusófono, refere-se.

Apesar da importância da agricultura, o seguro agrícola "ainda tem pouca relevância, funcionando em modelo de co-seguro sem fundos de compensação", acrescenta-se.

"Verifica-se ainda um sentimento de incerteza e relutância no mercado da banca e seguros em assegurar os riscos inerentes a este sector de actividade", lê-se no estudo apresentado durante a Conferência Seguros, promovida pela EY em parceria com a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).

O Governo angolano e o International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial, assinaram, em Julho de 2023, um acordo de parceria para um projecto de desenvolvimento do seguro agrícola no país, instrumento cujo beneficiário directo é a ARSEG.

A ARSEG, à luz do acordo, tem a missão de mobilizar o mercado segurador para a criação de condições legais, institucionais, técnicas e operacionais para a operacionalização do seguro agrícola no país.

Para a EY, nas perspectivas plasmadas no estudo, o acordo entre Angola e o IFC "será impulsionador" para o país seguir o exemplo de outras regiões africanas como o Quénia, Zâmbia e Senegal.

A consultora considera que a expansão na oferta de seguros agrícolas irá potenciar a melhoria do sector agrícola em Angola em vários eixos, nomeadamente estímulo ao investimento privado e em tecnologia e práticas agrícolas sustentáveis, protecção contra riscos climáticos naturais, redução dos riscos para os investidores no sector agrícola e outros.

No estudo, que apresenta igualmente os principais resultados do sector entre 2019 e 2022, refere-se que a estrutura do sector segurador angolano era composta por 24 empresas, sendo uma totalmente detida pelo Estado, a Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), e as restantes capitais privados.

Destaca-se ainda o aumento "considerável" de mediadores de seguro que passou de 1088 em 2019 para 1456 em 2022.

"O aumento do número de mediadores, tanto colectivos como singulares, vem demonstrar uma tendência, que se tem vindo acentuar, das empresas de seguros diminuírem as suas agências próprias e de aumentarem a capilaridade da sua rede através dos canais de mediação", acrescenta-se no documento.

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