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Angola e Zâmbia vão impulsionar cooperação económica ainda pouco expressiva

Os Presidentes de Angola e da Zâmbia expressaram esta Quarta-feira a vontade de reforçar a cooperação entre os dois países em vários domínios, entre os quais infra-estruturas, energia, educação e agro-pecuária.

: Pedro Parente/Angop
Pedro Parente/Angop  

O Presidente da República, quando discursava na abertura do encontro de trabalho entre as delegações dos dois países, salientou que apesar dos mais variados acordos, memorandos e protocolos assinados até à presente data, os resultados da cooperação económica e do intercâmbio comercial "são ainda pouco expressivos" e longe das ambições.

"Por isso, devemos desenvolver uma cooperação mais actuante, que melhor aproveite os nossos vastos recursos, a capacidade e habilidade dos nossos povos e o dinamismo dos seus governantes, no sentido de se alterar este quadro", disse o chefe de Estado.

De acordo com o Presidente, o mercado do país está aberto a uma maior presença de investidores zambianos, para edificar na prática uma base de cooperação mutuamente vantajosa para os dois Estados.

O chefe de Estado frisou que Angola pretende estabelecer uma "verdadeira parceria" com a Zâmbia, promovendo e alargando os laços de amizade e de cooperação económica, com destaque para a edução, cultura, ciência, produção agro-pecuária, indústrias extractivas e transformadora das matérias-primas, interligação rodoviária, ferroviária e eléctrica.

"Assim, considero que a visita de vossa excelência representa uma grande oportunidade para abordarmos a melhor forma de impulsionarmos com sentido prático todas as iniciativas existentes, para que se possam colher os melhores benefícios da cooperação que vier a ser desenvolvida em tais domínios, que resultarão seguramente me vantagens recíprocas significativas", disse.

João Lourenço considerou que os instrumentos jurídicos a serem esta Quarta-feira assinados, ligados aos sectores da agricultura, energia, infra-estruturas, indústria, justiça, formação especializada no domínio da administração pública, vão "seguramente" impulsionar as trocas comerciais e o investimento cruzado das respectivas economias.

Entre os instrumentos jurídicos a serem assinados, destacou o memorando de entendimento entre o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola e o Ministério das Infra-estruturas, Habitação e Desenvolvimento Urbano da Zâmbia, para facilitar a construção da estrada de ligação Angola/Zâmbia, via fronteira do Jimbe, "que dará um grande impulso ao desenvolvimento do sector privado, com a massificação do movimento de investidores e de turistas nos dois sentidos".

O chefe de Estado sublinhou que Angola pretende colocar as infra-estruturas do Corredor do Lobito, que compreende o Porto Comercial do Lobito, o terminal mineiro do mesmo porto e a linha dos Caminhos de Ferro de Benguela, com o ramal do Luacano a ser construído em breve, na província do Moxico, ao serviço das economias dos países da região, nomeadamente da Zâmbia e da República Democrática do Congo.

"Outras iniciativas importantes poderão dar o necessário impulso à nossa cooperação, como é o caso em estudo do projecto de electrificação transfronteiriça entre os dois países, que ajudarão a impulsionar o crescimento das zonas fronteiriças e ainda o projecto em curso de construção do canal navegável Rivungo/Xangongo e respectivas infra-estruturas essenciais para o transporte de passageiros de carga entre os dois países, reduzindo os riscos que as populações das regiões incorrem nas travessias com a utilização de embarcações artesanais", disse.

Por sua vez, o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, que está em Luanda desde Terça-feira para uma visita oficial de três dias, defendeu a necessidade de se passar da teoria à prática.

Hakainde Hichilema, que enalteceu os laços de amizade e cooperação entre os dois países, disse que os líderes sabem o que deve ser feito para impulsionar e estreitar as relações económicas e os investimentos, nomeadamente em infra-estruturas, destacando a importância do Corredor do Lobito.

"Uma das coisas que estamos de acordo, o Presidente João Lourenço e eu, é que não podemos continuar apenas a assinar documentos, temos de os implementar. O que já foi assinado no passado e o que assinámos hoje tem de ser implementado", salientou, notando ainda a importância do aumento das trocas comerciais.

O Presidente zambiano elogiou também o papel e liderança de Angola para estabelecer a paz e estabilidade na região.

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