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Economia

Consultora diz que opinião da Fitch sobre Angola mostra que país está no bom caminho

A consultora Oxford Economics Africa considera que a recente mudança na perspectiva de evolução da economia de Angola, anunciada na sexta-feira pela agência de notação financeira Fitch, mostra que o país "está no bom caminho".

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"A recente manutenção do 'rating' e a mudança na perspetiva de evolução, para Positiva, pela agência Fitch Ratings, reitera a posição positiva em que a economia de Angola se encontra no início de 2023", escrevem os analistas num comentário à decisão da agência, anunciada na sexta-feira à noite.

A Fitch Ratings melhorou a perspetiva de evolução do rating de Angola para positiva, mantendo a opinião sobre a qualidade do crédito soberano em B-, abaixo da recomendação de investimento, e no mesmo nível atribuído pela Moody's e pela Standard & Poor's.

"A perspectiva de evolução positiva reflete a recente queda abrupta da dívida pública, grandes excedentes da balança corrente e riscos de financiamento mais baixos, sustentados por um ambiente petrolífero mais favorável", lê-se na nota que acompanha a decisão de manter o rating em B-, dois níveis abaixo da recomendação de investimento, ou seja, 'lixo', ou 'junk', como é geralmente designado.

A manutenção do rating neste nível "equilibra a significativa fraqueza estrutural, nomeadamente o mau desempenho nos indicadores de governação e humanos, a elevada inflação e um dos mais elevados níveis de dependência de matérias primas entre os países analisados pela Fitch, com a descida do rácio da dívida pública sobre o PIB, as maiores reservas internacionais em comparação com os seus pares e uma estabilidade macroeconómica melhorada", acrescentaram ainda.

Para a Oxford Economics, esta decisão da Fitch mostra que o país "está no bom caminho", já que, apesar de a produção petrolífera enfraquecida e a queda nos preços do petróleo irem influenciar o crescimento económico este ano, "a ajuda de 2022 teve um efeito favorável na perceção de risco sobre o país".

Lembrando que o excedente da balança corrente deve piorar para 8,1% do PIB este ano e que o saldo orçamental deverá reduzir-se para 1% do PIB, a Oxford Economics conclui que "apesar de estes números representarem um ligeiro enfraquecimento face ao forte crescimento de 2022, Angola deverá manter os excedentes gémeos [balança comercial e saldo orçamental] em terreno positivo e reduzir a dívida pública, o que sugere que o país está no bom caminho, e a opinião da Fitch mostra que a agência de rating concorda com esta visão".

Na nota divulgada na Sexta-feira à noite, a Fitch Ratings previu um crescimento económico de 2,7 por cento este ano e 2,5 por cento em 2024, ano em que a dívida pública deverá ficar nos 54,5 por cento do PIB.

"A Fitch estima que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola tenha acelerado de 0,7 por cento, em 2021, para 3,1 por cento em 2022, principalmente devido ao robusto desempenho da economia não petrolífera, mas também devido ao regresso ao crescimento positivo do setor do petróleo; prevemos que o crescimento económico desacelere para 2,7 por cento este ano e 2,5 por cento no próximo, principalmente devido a um declínio na produção", diz a Fitch Ratings.

Na nota que acompanha o anúncio da decisão de manter o rating em B- e melhorar a perspectiva de evolução para positiva, os analistas da Fitch escrevem que "a atividade nos setores para além do petróleo deve continuar robusta, refletindo a despesa do governo nos esforços de diversificação e a descida das pressões sobre a inflação".

A Fitch estima que a inflação tenha caído de 28,8 por cento, em 2021, para 22,2 por cento no ano passado, "sustentada numa apreciação do kwanza e no fortalecimento do peso dos alimentos na cesta básica (para 55 por cento), e deverá desacelerar ainda mais para uma média de 14 por cento em 2023 e 11 por cento no próximo ano".

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