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PGR portuguesa confirma buscas a banco e consultora a pedido de autoridades angolanas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa confirmou esta Quarta-feira buscas do Ministério Público (MP) a empresas de consultadoria e a uma entidade bancária, a pedido das autoridades angolanas.

: Mário Cruz/Lusa
Mário Cruz/Lusa  

"Confirma-se a realização de buscas em execução de pedido de cooperação judiciária internacional recebido das autoridades angolanas. As diligências têm lugar em empresas de consultoria e numa entidade bancária e são dirigidas pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP)", respondeu a PGR à agência Lusa.

O pedido surge na sequência de uma notícia do Observador e da Visão, que dá conta de que a Polícia Judiciária (PJ) fez, no início desta semana, buscas em Lisboa, às consultoras, Bonston Consulting Group e Pricewaters Coopers, bem como ao banco Eurobic.

Segundo informações recolhidas pela Visão, estas diligências foram realizadas a pedido das autoridades angolanas no âmbito da investigação a Isabel dos Santos, empresária que, apesar do mandado internacional de captura emitido pela Interpol, continua a partilhar nas redes sociais a sua vida quotidiana no Dubai.

A Visão adianta que a carta rogatória enviada pela Procuradoria-Geral da República angolana para a congénere portuguesa solicitava a apreensão de documentos nas duas consultoras, entidades que, segundo a investigação angolana, apenas terão servido para o desvio de dinheiro da Sonangol. Por sua vez, nos processos em Portugal, a empresária tem alegado que ambas as consultoras prestaram, efectivamente, serviços à petrolífera angolana no âmbito de um processo de reestruturação levado a cabo durante o seu mandato.

O universo de investigações a Isabel dos Santos, em Portugal, não se circunscreve ao alegado desvio de fundos da Sonangol. Ao todo, correm 17 processos contra a empresária, escreve a revista, adiantando que, segundo fonte judicial, o resultado destas investigações deverá, em grande parte, ser remetido para Angola, país onde terão ocorrido os crimes precedentes ao branqueamento de capitais de que Isabel dos Santos é suspeitas em Portugal.

Em Dezembro de 2022, o Tribunal Supremo determinou o arresto preventivo dos bens de Isabel dos Santos, avaliados em mil milhões de dólares, nomeadamente 100 por cento das participações sociais da empresa Embalvidro, onde a arguida é beneficiária efectiva.

Segundo o acórdão, revelado pela agência Lusa, a câmara criminal do TS referiu que o arresto abrangia também a todos os saldos bancários de depósitos à ordem tituladas ou co-tituladas, sedeadas em todas as instituições bancárias, incluindo as contas de depósito a prazo, outras aplicações financeiras que estejam associadas ou dossiês de títulos em nome de Isabel dos Santos.

O despacho do supremo tribunal, datado de 19 de Dezembro de 2022, indicou que, entre os bens indicados a arrestar, estão 70 por cento das participações sociais na empresa UPSTAR Comunicação que a "arguida é beneficiária efectiva".

A Lusa contactou o Eurobic, mas até ao momento não obteve resposta.

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