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Angola tem 2,3 milhões de explorações agro-pecuários e piscatórios familiares e 5887 empresariais

Angola tem um total de 2,3 milhões de agregados familiares agro-pecuários e piscatórios e 5887 explorações agro-pecuárias e aquícolas empresariais, das quais 13,8 por cento na província de Benguela, informou esta Terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Os dados constam do primeiro Recenseamento Agro-pecuário e Pescas (Rapp) realizado pós-independência nos correspondentes sectores, referente ao período 2019 e 2020, que se desenrolou em quatro módulos, nomeadamente a Listagem dos Agregados Familiares, Comunitário, das Explorações Agro-pecuárias e Piscatórias Familiares, e Explorações Agro-pecuária e Aquícola Empresariais.

Os dados avançam que 1,6 por cento das explorações agrícolas familiares receberam assistência técnica, com destaque para a província de Malanje (5,9 por cento), seguida de Cabinda (3,6 por cento) e Bié (2,6 por cento) e sem qualquer assistência a província do Cuando Cubango.

Angola tem uma percentagem de 96,4 por cento de área cultivada, com a província da Lunda Norte a liderar (99,2 por cento) e a Lunda Sul com a menor percentagem do país (92,1 por cento).

A percentagem no país das explorações agrícolas familiares que cultivam o milho é de 76,4 por cento, estando à frente o Bié (99,4 por cento) e o Cunene com 27,1 por cento.

Em termos de rega, o recenseamento aponta que 14,4 por cento das explorações agrícolas familiares usam a rega, maioritariamente na província de Luanda (42,6 por cento) e com menos uso na Lunda Norte (0,9 por cento).

No que se refere à actividade pecuária, o Rapp dá conta que foram apuradas um total de 1,4 milhões de explorações pecuárias, das quais se destacam na criação de galinha (77 por cento), caprinos (31 por cento), suínos (21 por cento), bovinos (18 por cento) e ovinos (2 por cento).

A província do Huambo (6,6 por cento) é a líder em explorações pecuárias familiares, e a do Uíge (0,2 por cento) é a que possui o registo de menores criações familiares, sendo que a província do Cunene surge na frente na criação de caprinos (61 por cento) e de suínos (41 por cento), perdendo para a província do Namibe na criação de bovinos (47,6 por cento) e Cabinda para os ovinos (6,5 por cento).

No que se refere à actividade aquícola, o Rapp revelou que 8263 explorações familiares neste sector, maioritariamente praticada em terra (tanque escavado), com 91 por cento, e apenas 6,4 por cento em lagoas, principalmente as espécies tilápia nativa (98 por cento) e bagre nativos (95 por cento).

Sobre as explorações agro-pecuária e aquícola empresariais, das 5887 existentes, foram recenseadas 5858, que indicaram que a província de Benguela tem o maior número de empresas (13,8 por cento) e Cabinda com o menor parque (0,8 por cento), maioritariamente do ramo agrícola (92 por cento), depois a pecuária (40 por cento), aquícola (6,8 por cento) e silvicultura/agrofloresta (0,2 por cento).

Do total de empresas, 47,3 por cento estão em nome individual, 26,0 por cento são sociedades por quota, 22,1 por cento são cooperativas e 0,3 por cento são empresas do Estado, com os homens a liderar o percentual de proprietários (91 por cento).

Um total de 4,3 por cento das explorações agro-pecuária e aquícola empresariais do país tiveram assistência técnica, com destaque para a província de Cabinda (29,6 por cento) e com nenhuma no Namibe, sendo no Moxico onde as empresas tiveram o maior número de acesso ao crédito (15,5 por cento) e com menor acesso na província da Lunda Sul (1,4 por cento).

Na cerimónia de apresentação dos dados, o secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, frisou que com este recenseamento agro-pecuário e pescas o Governo está em melhor posição para reformular as políticas públicas e tomar decisões que visam melhorar o desempenho da agricultura, pecuária e pescas, bem como fomentar a diversificação económica.

Por sua vez o representante do Banco Mundial (BM), Juan Alvarez, destacou que cerca de 24 mil aldeias foram visitadas pelas equipas de campo, que entrevistaram cerca de 2,5 milhões de explorações familiares.

"O Banco Mundial se orgulha de ter sido um parceiro nesta importante empreitada", disse Juan Alvarez, acrescentando que a carteira de financiamento do BM em Angola inclui sectores-chave para a redução da pobreza e a promoção de crescimento inclusivo e sustentável, dos quais se destaca a agricultura.

Segundo o representante do BM, as partes de Angola que mais sofrem com a pobreza extrema estão no sector rural, tratando-se de "uma taxa três vezes superior do que a pobreza nas zonas urbanas".

A representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Maria do Nascimento, considerou que com o censo Angola passa a ter uma melhor radiografia da estrutura produtiva, nomeadamente da agricultura, não só a familiar, mas também da pequena, média e grande escala, bem como dos agentes económicos, cadeias de valor e da utilização da mão-de-obra quer a nível familiar quer a nível das actividades desenvolvidas por empreendimentos económicos.

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