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FMI não é um “bicho papão” e parceria com o Governo vai continuar, garante João Lourenço

O Presidente da República disse que a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi um acto de “coragem” que ajudou a salvar o país da insolvência e acrescentou que a parceria com a instituição financeira internacional vai continuar.

: Ampe Rogério
Ampe Rogério  

"Na altura, quase que nos chamavam de malucos, fizeram do FMI um bicho papão, que o acordo com o FMI ia piorar a situação económica de Angola, mas nós analisamos os prós e os contras, conversámos com a directora-geral, Christine Lagarde e a verdade é que hoje estamos a ser premiados pela coragem que tivemos em assinar o acordo com o FMI. Eu não sei o que seria da economia angolana se não tivéssemos, não só assinado, mas cumprido à risca os termos do acordo com o FMI", afirmou João Lourenço, durante uma entrevista colectiva em Luanda.

O chefe do executivo sublinhou que a economia nacional sofreu "dois golpes duros" no decurso do seu mandato (tomou posse em Setembro de 2017), entre as quais a descida do preço do petróleo e a pandemia de covid-19 que "paralisou a economia mundial", mas mesmo assim "muito foi feito" neste período de crise.

"Mesmo assim nós portamo-nos bem, encontrámos uma divida externa bastante grande e mesmo assim, Angola não foi declarado um país em 'default' (insolvente)", afirmou, destacando entre um dos factores decisivos o facto de ter tido a coragem "contra todas as previsões" de fazer um acordo com o FMI.

"Isso fez subir a nossa credibilidade, beneficiámos de financiamento do próprio FMI e do Banco Mundial, encorajou os credores internacionais a emitirem Eurobonds para Angola e portanto as perspectivas para o futuro breve, para 2022, são boas", acrescentou o Presidente, avançando que a parceria vai "continuar noutros moldes".

O FMI concluiu, em Dezembro, a sexta e última revisão do seu programa de apoio financeiro ao país, aprovando o desembolso de mais 748 milhões de dólares a Angola, elevando assim o total disponibilizado ao abrigo do acordo para cerca de 4,5 mil milhões de dólares.

"As previsões de crescimento da economia angolana são boas, o país vai crescer não importa se muito ou pouco, vai crescer", continuou João Lourenço, apontando outros resultados como o fim dos financiamentos dando como garantia (colateral) o petróleo com o Brasil e com Israel.

Além disso, "estamos a levar muito a sério o nosso programa de aumento da produção interna e das exportações, diversificação da economia, empoderamento do nosso sector privado, atracção de investimento directo estrangeiro, tudo isso anima-nos, deixa-nos optimistas a pensar em dias melhore. O que se está a passar com Angola só vem confirmar que, de facto, depois da tempestade, se aguentarmos a tempestade, logo a seguir vem a bonança", prosseguiu.

Escusou-se, no entanto, a comprometer-se com a possibilidade de aumentos salariais para este ano.

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