Diamantino de Azevedo respondia a questões colocadas pela Lusa durante um encontro com jornalistas, esta Quarta-feira em Luanda, tendo em conta algumas vozes críticas da continuidade de Angola na organização.
"A presença de Angola na OPEP é importante", afirmou Diamantino de Azevedo, destacando que o principal objectivo da organização não é o corte da produção de petróleo, e sim a estabilização dos preços.
"É um fórum importante para Angola promover este seu recurso, e que pode ser aproveitado noutros aspectos", disse o governante, considerando que as críticas resultam de "análises que não são feitas com profundidade".
O ministro acrescentou que se for necessário fazer alguns cortes serão ponderadas as vantagens e as desvantagens de continuar no cartel.
"Também somos patriotas. Se sentirmos que a nossa presença na OPEP é prejudicial ao país, somos patriotas o suficiente para sair", realçou Azevedo, notando que Angola nem sequer tem atingido a quota que foi negociada face ao declínio acentuado da sua produção petrolífera.
"Se não estamos a produzir mais, a culpa é nossa, não é da OPEP", salientou.
O governante salientou que, se Angola produzir "um pouco acima" da sua quota, ninguém "vai apontar uma pistola à cabeça".
"Não andamos lá a passear, estamos a tirar benefícios para o país", frisou Diamantino de Azevedo, vincando que a produção petrolífera prevista inscrita no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2021 fica abaixo das quotas da OPEP.
O empresário do sector petrolífero Pedro Godinho e os economistas Alves da Rocha e Yuri Quixina estão entre as personalidades cépticas em relação às vantagens do cartel para Angola, mas outros especialistas como Patrício Quincogongo, Galvão Branco ou José Oliveira são favoráveis à permanência do país na organização, cuja presidência rotativa assume este ano.
A OPEP é uma organização internacional com sede em Viena (Áustria), fundada pela Arábia Saudita, Venezuela, Irão, Iraque e Koweit que conta actualmente com 13 membros.