A caracterização da sinistralidade rodoviária em Angola, em 2019, a que a Lusa teve acesso, foi apresentada, na Terça-feira, em Luanda, durante uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito (CNVOT).
Segundo o comandante geral da polícia, Paulo Gaspar de Almeida, dos dados globais dos acidentes rodoviários do ano passado, a corporação registou uma dedução de 100 mortos e 22 feridos em comparação a 2018.
De acordo com o responsável, esta redução não é ainda significativa, referindo que é preciso “rever as políticas” e que este ano é preciso dar “sinais de progressos".
O comissário-geral da polícia apontou a necessidade de maior "indecência e objectividade" nos exames de condução.
Para Paulo Gaspar de Almeida, a concretização de uma "maior e melhor inspeção das viaturas" é um dos pressupostos que deve reduzir sinistros nas estradas, reconhecendo o "mau estado técnico" de muitas viaturas que circulam pelas estradas angolanas.
"Temos que também influenciar e revermos a política de conservação, manutenção e mesmo feitura das nossas estradas, temos que deixar de construir caminhos para construir estradas largas, estradas com maior estabilidade, segurança e com a sinalização competente", exortou.
A educação rodoviária nas escolas e a avaliação do estado físico e emocional dos utentes da via pública são também, para o oficial superior da polícia de Angola, medidas que devem ser tidas em conta pela corporação e actores sociais.
Além do balanço da sinistralidade rodoviária, o CNVOT também analisou os projectos do novo modelo da carta de condução, do Documento Único do Veículo Automóvel, a situação das vias de trânsito rodoviário em Angola e a implementação da estratégia nacional de prevenção e segurança rodoviária.
Entre as acções para 2020, o comandante geral da polícia assumiu que a atual carta de condução angolana "está desajustada" e precisa de ser "modernizada e alinhada" aos padrões da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
"Vamos também lutar para que se implemente o projeto de Documento Único de Veículo Automóvel para acabarmos com esta dispersão de documentos que muitas vezes nos dificulta o controlo e transportação desses documentos, porque são tantos documentos", realçou.
Os acidentes de viação são a segunda causa de morte no país, depois da malária.