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Educação

Brasil reforça cooperação académica com Angola na área do ensino de português

Um professor-leitor brasileiro vai, a partir do segundo semestre deste ano, reforçar capacidades na área do ensino da língua portuguesa de docentes angolanos da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto.

: Universidade Agostinho Neto
Universidade Agostinho Neto  

Para o efeito, foi esta Segunda-feira rubricado entre a embaixada do Brasil em Angola e a Universidade Agostinho Neto um memorando de entendimento sobre cooperação educacional, com a duração inicial de dois anos, podendo estender-se até cinco anos.

Na sua intervenção, o embaixador do Brasil em Angola, Paulino Neto, referiu que este acordo eleva o patamar do intercâmbio e traz benefícios não apenas para as partes directamente envolvidas, mas também de forma alargada para a cooperação entre as comunidades académicas dos dois países.

Segundo Paulino Neto, a selecção do professor-leitor brasileiro para a Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, com bolsa paga pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, resulta de uma das prioridades da actuação externa do país, nomeadamente a promoção da língua portuguesa.

"O fortalecimento desse pluricentrismo é apoiado pelo Brasil, tanto na sua acção bilateral quando multilateral, sem prejuízo para a promoção da variante brasileira, contribuindo dessa forma para a democratização e expansão da língua pelo mundo, inclusive, mas não só, por meio do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", disse o embaixador brasileiro.

Paulino Neto realçou que a escolha da Universidade Agostinho Neto se deveu à "reconhecida qualidade do seu corpo docente" e "importante papel na pesquisa científica em Angola".

O embaixador do Brasil em Angola frisou que cabe agora à parte brasileira aguardar o professor que vencerá "o rigoroso processo de selecção em curso a cargo do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Educação do Brasil".

"Esse profissional representará com toda a certeza o bem-vindo elo de intercâmbio nas áreas da língua portuguesa, da cultura brasileira e da literatura lusófona e levará para sempre consigo os profundos laços estabelecidos em anos de convivência com os professores e pesquisadores angolanos", referiu.

Por sua vez, o reitor da Universidade Agostinho Neto, Pedro Magalhães, manifestou a honra pela escolha da instituição pública, para cooperar com o Brasil, país com o qual tradicionalmente Angola já mantém relações de cooperação em vários domínios, nomeadamente académico e cultural.

"A Universidade Agostinho Neto, através das suas diversas faculdades-escolas, institutos superiores, já tem colaborado com várias universidades brasileiras, mas o acto que hoje tem lugar é inédito, porque, pela primeira vez, nós celebramos um acordo que permite destacar um especialista numa área de saber específico, no caso, do ensino da língua portuguesa, na nossa universidade e esperamos em reciprocidade que isso venha a acontecer do nosso lado para o Brasil", disse.

Pedro Magalhães sublinhou que esse acto, não só vem representar o aproximar das duas instituições, mas também abre a possibilidade de se alargar o campo de investigação no domínio da linguística e em outras áreas que as partes identificarem de interesse comum.

Em declarações à imprensa, o decano da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, Alexandre Chikuna, considerou interessante o acordo que permite a presença do professor-leitor brasileiro para trabalhar nos cursos licenciatura e pós-graduação, partilhando conhecimentos sobre a língua portuguesa e cultura do Brasil.

"O professor vai trabalhar no curso de Língua Portuguesa, onde existe a cadeira de literatura brasileira e crítica literária e o professor poderá trabalhar com essas cadeiras", disse Alexandre Chikuna.

Questionado se o acordo poderá facilitar a realização de pesquisas e estudos científicos para o Acordo Ortográfico, do qual Angola ainda não é signatário, Alexandre Chikuna referiu que o memorando hoje assinado é meramente académico, manifestando disponibilidade da instituição para trabalhar sobre o assunto com as autoridades angolanas.

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