João Lourenço respondia a questões colocadas num painel sobre o Futuro e Desenvolvimento de África com o seu homólogo do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, na abertura da Cimeira sobre Futuro Sustentável, enquadrada na Semana da Sustentabilidade de Abu Dhabi, iniciada na Segunda-feira e que termina no Sábado.
Priorizando as áreas de exploração petrolífera, turismo, agricultura e indústria, João Lourenço indicou, porém, que o investimento é bem-vindo "em qualquer outro domínio".
O chefe de Estado lembrou outra prioridade do executivo que lidera, o “combate efectivo" à corrupção e à impunidade, com o objectivo de moralizar a sociedade e melhorar o ambiente de negócios.
Segundo João Lourenço, a corrupção é um dos "maiores males" com que "a classe política, ou parte dela" lidava na gestão do erário público e que, como consequência, acabava por afectar a sociedade, no seu geral.
A aposta na diversificação económica, insistiu, “é fundamental" para priorizar a redução da dependência do petróleo, pelo que, no apelo aos empresários dos EAU, o Governo está a incentivar uma maior presença do sector privado na economia do país e "reduzir a excessiva intervenção do Estado".
Antes das perguntas do empresariado local, e numa intervenção de fundo na cimeira mais centrada sobre o continente africano, João Lourenço defendeu que, para se desenvolver, África terá de vencer os desafios do analfabetismo, eletrificação e industrialização.
João Lourenço, que regressou esta Quarta-feira de madrugada a Luanda, esteve desde Domingo em Abu Dhabi, onde participou, na Segunda-feira, como convidado de honra, na cerimónia de entrega do prémio Zayed para a Sustentabilidade.
Organizado pela Masdar, Holding de Desenvolvimento Sustentável de Abu Dhabi, o encontro conta com a presença de líderes mundiais ligados às políticas públicas e com investidores, que discutem e procuram soluções para os desafios do sector da energia.