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Kwanza volta a depreciar-se e perde mais dois por cento para o euro

O kwanza voltou a sofrer uma depreciação, desta vez de quase dois por cento, face ao euro, já com o efeito das novas limitações introduzidas esta semana pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para travar a especulação cambial.

Reuters:

Desde que a moeda europeia passou a ser a referência para o mercado de câmbios do país no novo regime flutuante cambial, a moeda nacional já acumula uma depreciação de quase 26,5 por cento para o euro, que agora vale 253,7 kwanzas na compra (pelos clientes), e praticamente 20 por cento para o dólar, que passa a valer 207,0 kwanzas, segundo cálculos feitos pela Lusa com base nas novas taxas cambiais divulgadas Terça-feira pelo BNA.

Estas taxas de câmbio resultam do terceiro leilão de divisas feito pelo BNA em 2018, realizado em Luanda e no qual participaram 26 bancos, os quais compraram a totalidade do montante colocado à disposição, de 81,8 milhões de euros, anunciou ainda o banco central.

Contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio de referência 17 dos bancos participantes, tendo a taxa mais alta apresentada sido de 253,747 kwanzas por cada euro e a mais baixa de 253,126 kwanzas.

Contudo, nos dois leilões concluídos anteriores, o valor da depreciação, em cada, foi superior a 10 por cento, para o euro (e por consequência para o dólar norte-americano).

No leilão de divisas de Terça-feira já foram aplicadas as novas regras, anunciadas na Sexta-feira pelo governador do BNA, alterando os limites das propostas que podiam ser apresentadas pelos bancos, que depois são utilizadas para formar a taxa de câmbio do kwanza face ao euro.

No leilão realizado, as divisas vendidas destinaram-se à aquisição de matéria-prima, peças, acessórios e equipamento fabril (60 por cento do total de 81,8 milhões de euros), agricultura, agropecuária, pescas e mar (19 por cento), seguros, telecomunicações, transportes e outros serviços (15 por cento), artigos de higiene, limpeza, material escolar e de escritório (três por cento) e vestuário, calçado, artigos e utensílios domésticos (três por cento).

Além das limitações impostas à apresentação de propostas nos leilões, para evitar fortes depreciações súbitas, e numa aparente medida para travar a especulação com o novo modelo de aquisição de divisas, o banco central vai igualmente mexer a partir desta Quarta-feira na componente de venda de divisas aos clientes dos bancos comerciais, em notas, que deixa de ser de câmbio livre.

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