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Economist defende que variação do kwanza ajuda reservas internacionais

A Economist Intelligence Unit considera que a variação cambial do kwanza ajuda a estabilizar as reservas internacionais, mas aumenta a pressão sobre a inflação, que terminou o ano passado em valores próximos dos 30 por cento.

Milos Dokic:

"A decisão de terminar a longa indexação do kwanza ao dólar deve ajudar a estabilizar as reservas internacionais, que caíram de 28 mil milhões de dólares no final de 2014, para cerca de 14 mil milhões no final de 2017", escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

Num comentário enviado aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, os analistas alertam que "dado que o valor do kwanza deve descer significativamente, potencialmente até 20 ou 30 por cento, a alteração também deve aumentar a pressão sobre a inflação, que ficou nos 27,56 por cento em Dezembro".

A moeda nacional fechou na Terça-feira com uma depreciação total de 16 por cento face ao euro, passando a moeda europeia a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola, após um leilão de divisas realizado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o primeiro no âmbito do novo regime flutuante cambial em vigor desde o princípio do mês.

Para os analistas da Economist, esta alteração legislativa, "combinada com um sistema de câmbio que procura eliminar ainda mais o acesso privilegiado [a moedas estrangeiras] de algumas instituições estatais, pode também estimular a economia, reavivando algumas transacções congeladas, especialmente entre as petrolíferas com problemas em pagar os bens e serviços externos".

Desde meados de 2015 que o kwanza tem vindo a desvalorizar-se face ao dólar, caindo de 97,5 para 166,7 kwanzas por dólar em Abril de 2016, data da última actualização oficial. No entanto, acrescenta a EIU, "o diferencial entre as taxas oficiais e as taxas no mercado negro continuam substanciais, sendo necessários 400 kwanzas para um dólar no mercado informal".

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