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Economia

Analista defende renegociação da dívida da Sonangol e de empréstimos chineses

O analista Kaan Nazli defendeu que o Governo deve focar-se na renegociação da dívida da companhia petrolífera nacional (Sonangol) e dos empréstimos chineses e não deve mexer nos títulos de dívida em moeda estrangeira.

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Para este especialista da Neuberger Berman Europe, em Haia, que gere 300 mil milhões de dólares, entre os quais títulos de dívida soberana angolana, a prioridade de Luanda deve passar pela renegociação da dívida da Sonangol e por novos prazos nos empréstimos de bancos chineses.

"O Governo deve provavelmente focar-se na renegociação dos empréstimos chineses e nas dívidas contraídas pela Sonangol", até porque os títulos de dívida em moeda estrangeira são apenas uma pequena parte da dívida externa", vincou Kaan Nazli, em declarações à agência de informação financeira Bloomberg, na sequência do anúncio da liberalização controlada do kwanza face ao dólar.

Angola segue o exemplo de outras nações emergentes, abandonando a indexação à principal moeda mundial, como a Rússia, Egipto, Cazaquistão ou Nigéria, que optaram pela oscilação da sua moeda para tentar evitar a falta de liquidez de dólares e reanimar o crescimento económico.

"É uma medida que já vem atrasada", concluiu o estratega da dívida.

O kwanza desvalorizou-se 40 por cento face ao dólar desde meados de 2014, sendo necessários 166 kwanzas para comprar um dólar no mercado cambial oficial, mas no mercado paralelo o valor ronda os 430 kwanzas por dólar.

Para o economista-chefe da consultora britânica Renaissance Capital, o valor mais justo seria 348 kwanzas por dólar, já que a moeda angolana é a mais sobrevalorizada das cerca de 50 moedas que foram analisadas numa nota de pesquisa citada pela Bloomberg.

Uma depreciação do kwanza na ordem dos 30 por cento durante este ano pode melhorar os desequilíbrios cambiais do país e garantir que a dívida pública ao exterior mantém-se controlada, defendeu Nazli.

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