Ver Angola

Comércio

Industriais preocupados com especulação provocada por depreciação do kwanza

O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, criticou esta Quinta-feira a forma como está a ser conduzida a depreciação em curso do kwanza, receando os efeitos da especulação da cotação do mercado de rua na inflação.

:

O kwanza fechou na Terça-feira com uma depreciação total de 16 por cento face ao euro, passando a moeda europeia a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola, no âmbito do novo regime flutuante cambial em vigor, enquanto a quebra face ao dólar rondou os 10 por cento.

"Era previsível, mas também é apenas um tactear para o problema grave que nós vivemos", começou por apontar José Severino, em declarações à Lusa.

"Nós tínhamos recomendado medidas, mas o Governo é muito passivo. Sabemos, por experiência de outras desvalorizações antigas, que a tendência é haver uma aceleração da especulação no mercado de rua e não estão a ser tomadas medidas preventivas para os produtos da cesta básica, que são importados em boa parte", acrescentou.

Para José Severino, sem medidas de protecção definidas pelo Governo, alguns dos produtos da cesta básica "vão ter custos maiores", face à depreciação agora em curso.

"Corresponde a dizer que as bolsas das famílias vão ter dificuldades", observou, admitindo a redução das margens comerciais como uma alternativa que deveria ser equacionada pelo Governo face ao agravamento dos custos com as importações, face à depreciação do kwanza.

"Infelizmente o executivo é muito passivo perante aquilo que a sociedade civil diz. O Presidente da República está a pedir cada vez mais concertação social, mas não está a ser possível nesta fase inicial, há uma espécie de inércia na maioria do executivo, talvez porque se espera pelo que diz o Presidente da República", criticou José Severino.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.