Segundo informação do MPLA, estas listas foram apreciadas esta Segunda-feira, em Luanda, em reunião ordinária do bureau político do Comité Central, que analisou ainda "assuntos relativos à vida interna", tendo sido orientada pelo presidente do partido e chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, que anteriormente anunciou que se retira da vida política em 2018.
A lista de candidatos a deputados à Assembleia Nacional "será submetida à decisão do Comité Central", recorda o partido, que entretanto convocou para Sexta-feira, 3 de Fevereiro, uma reunião extraordinária daquele órgão.
"O bureau político do Comité Central considerou de crucial importância a preparação do partido para o grande desafio eleitoral de 2017. Assim, apreciou, igualmente, o projecto de 'Plano de Acção para a Implementação da Estratégia Eleitoral do MPLA'", informou ainda o partido.
A reunião de Sexta-feira surge depois de em de zembro o mesmo Comité Central ter já aprovado a indicação - após apreciação do bureau política e sob proposta de José Eduardo dos Santos - do vice-presidente do partido e ministro da Defesa, João Lourenço, para cabeça-de-lista do MPLA às próximas eleições gerais, e candidato a Presidente da República, e do ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, como número dois, concorrendo a vice-Presidente.
Alguma imprensa local tem referido a possibilidade de José Eduardo dos Santos figurar na lista do MPLA, contudo a informação do bureau político não adianta nomes destas listas.
José Eduardo dos Santos anunciou em Março do ano passado que pretendia abandonar a vida política em 2018, mas não voltou a falar publicamente do assunto nem esclareceu em que moldes seria feita a transição, tendo até sido reeleito em Agosto último para um novo mandato na liderança do MPLA.
A Constituição aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votados é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do Executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições de 2012.
Nesse último acto eleitoral, segundo dados da Comissão Nacional Eleitoral, o MPLA garantiu uma votação total de 71,84 por cento, elegendo nos dois círculos 175 deputados, enquanto a UNITA conquistou 18,66 por cento dos votos e 32 deputados. A então estreante coligação CASA-CE chegou aos 6,00 por cento e oito deputados e o PRS aos 1,70 por cento dos votos e três deputados.
A histórica FNLA, um dos três movimentos de libertação do período colonial, juntamente com o MPLA e a UNITA, conquistou apenas 1,13 por cento dos votos, elegendo os restantes dois deputados.