Segundo uma ronda feita esta Sexta-feira pela Lusa na capital, cada nota de dólar estava a ser transaccionada, em média, ligeiramente abaixo dos 490 kwanzas, persistindo fortes limitações no acesso a dólares ou euros nos bancos, sendo por isso o negócio de rua uma alternativa para nacionais e estrangeiros que necessitam de divisas.
As kinguilas de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, actividade ilegal, explicam que permanece escassa a quantidade de moeda nacional no mercado. Juntam-se a isto a escassez de dólares e euros, pelo que muitas destas negociantes já deixaram a actividade nos últimos meses.
A venda de cada dólar está fixa nos 490 kwanzas no bairro do São Paulo (495 kwanzas na semana anterior) e nos 485 kwanzas no bairro dos Mártires de Kifangondo (497 kwanzas na anterior). Na Mutamba a nota de dólar norte-americano é transaccionada a 490 kwanzas (495 kwanzas na anterior), enquanto as kinguilas do Maculusso a vendem a 490 kwanzas (495 na anterior).
Na última semana de 2016, algumas destas kinguilas chegavam a transaccionar cada nota de dólar a 480 kwanzas, conforme ronda feita então pela Lusa.
Face à falta de dólares, nacionais e estrangeiros voltam-se para o mercado de rua para comprar divisas, embora a taxas especulativas, que até já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em Agosto e Julho, depois de máximos de 630 kwanzas em Junho.
A inflação também se ressente desta conjuntura e os preços entre Janeiro e Dezembro de 2016 subiram 42 por cento, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística angolano. O Banco Nacional de Angola (BNA) garantiu no início de Dezembro que não prevê qualquer nova desvalorização do kwanza, face à "tendência de estabilidade" dos preços.
A taxa de câmbio oficial cifra-se actualmente em cerca de 166 kwanzas por cada dólar.