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Defesa

Estados Unidos doam quatro milhões dos 246 precisos para a desminagem do país

Os Estados Unidos vão doar quatro milhões de dólares para o programa de desminagem nacional, mas o país precisa de 246 milhões de dólares para cumprir o objectivo de concluir a limpeza até 2025.

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O anúncio da disponibilização desta verba pelo Departamento do Estado, a aplicar este ano, foi feito no Huambo por Constance Arvis, ministra conselheira da embaixada norte-americana em Luanda, no âmbito das cerimónias evocativas dos 20 anos da visita de Diana de Gales àquela província, colocando então Angola em destaque nas necessidades internacionais de desminagem.

"Esta assistência, implementada através de organizações não-governamentais e em parceria com o Governo de Angola, permite a mais e mais angolanos voltar a casa em segurança, reconstruir as suas comunidades e cuidar das suas plantações", enfatizou a diplomata.

Numa altura em que as doações internacionais para a desminagem em Angola caíram 80 por cento, Constance Arvis recordou que os Estados Unidos são "parceiros empenhados nessa luta" e que desde 1995 já investiram mais de 124 milhões de dólares no programa angolano de remoção e destruição de minas terrestres, engenhos não detonados e munições.

Presente no Huambo, o general britânico James Cowan, diretor-geral da Halo Trust, uma das maiores organizações não-governamentais internacionais da área da desminagem, disse que o país ainda tem necessidades estimadas de 246 milhões de dólares de financiamento internacional para conseguir cumprir a meta de concluir a desminagem do país até 2025, conforme a convenção de Otawa, a que Angola aderiu.

Apesar de se tratar de uma verba "elevada", o responsável da Halo Trust, que assegura a desminagem em várias províncias do centro e sul do país, afirma que, "dividida pelos próximos anos, por vários países doadores e pelo Governo angolano", é uma "meta alcançável".

Como exemplo, a Halo Trust aponta o caso do Huambo, onde se registaram intensas actividades militares durante a guerra civil, e que poderá ser a primeira província do país a ser declarada como totalmente livre de minas, já em 2018.

A Halo Trust promoveu a limpeza de 270 campos de minas no Huambo, desde 1994, restando apenas 18, mas a falta de financiamento fez a organização reduzir de 80 para 13 o total de equipas no terreno, para operações de desminagem e investigação.

"Temos aqui atrás de nós veículos parados que podiam estar a ser utilizados", lamentou o general James Cowan.

Desde a visita de Diana de Gales ao Huambo, a 15 de Janeiro de 1997, alvo na altura de uma cobertura mediática internacional, Angola garantiu mais de 100 milhões de dólares de financiamento para desminagem, 60 por cento proveniente dos Estados Unidos.

Actualmente, além do apoio norte-americano, o financiamento chega também da Suíça e do Reino Unido - cujas representações diplomáticas também estiveram nas cerimónias no Huambo -, com a Halo Trust a multiplicar os apelos ao reforço dos donativos internacionais, sob pena de o processo de desminagem poder parar.

"Em memória da princesa Diana, deixem-nos acabar o trabalho", concluiu James Cowan.

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