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Ministro da Saúde defende vigilância epidemiológica apesar da crise

O ministro da Saúde defendeu hoje a manutenção da vigilância epidemiológica para evitar o ressurgimento de algumas doenças, apesar das dificuldades financeiras que o país atravessa devido à baixa do preço do petróleo.

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"As minhas preocupações, neste momento, centram-se na vigilância epidemiológica e laboratorial, onde todos nós devemos estar capacitados e mobilizados para detectarmos, notificarmos e respondermos precocemente ao surgimento de doenças novas e reemergentes", referiu José Van-Dúnem,

O ministro discursava em Luanda, na sessão de abertura do XI Congresso Internacional de Médicos em Angola, referindo-se nomeadamente ao novo surto de febre-amarela, notificado na capital angolana e que desde Dezembro já soma um total de 99 casos, 26 deles confirmados, com oito mortes. Há 27 anos que não havia registo da doença no país.

"Devemos estar preparados para a pressão que esta situação está a exercer em todo o sistema nacional de saúde e para respondermos, de forma profissional e responsável, independentemente das dificuldades financeiras do sector e da insuficiência de recursos humanos e de meios médicos e medicamentosos", enfatizou o ministro.

Ainda dentro da nova conjuntura do país, José Van-Dúnem alertou que podem surgir novos casos e cólera, apesar de nenhum ter sido registado em 2015.

De acordo com o governante, mesmo conscientes das deficiências que o Serviço Nacional de Saúde ainda enfrenta, os seus profissionais têm tentado responder às necessidades da população, um "valor e princípio que deve continuar".

A nova conjuntura económico-financeira angolana, segundo José Van-Dúnem, tem obrigado a um ajustamento dos programas e planos e a uma melhor gestão dos meios colocados sob responsabilidades dos profissionais de saúde, com vista a proteger os ganhos já alcançados.

Para o ministro, este momento também se pode traduzir numa oportunidade para se repensar o financiamento do sector de saúde, para a sua sustentabilidade.

Apontou também os avanços registados na área da saúde pública e de assistência, alcançados "com grande custo", nomeadamente a erradicação da poliomielite, doença há mais de três anos sem casos.

Por sua vez, o bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, Pinto de Sousa, disse que este evento internacional da classe, que decorre até quarta-feira subordinado ao tema "Os Médicos e os seus Contributos na Consolidação Social", pode trazer contributos para vários aspectos, cujas discussões extravasam as barreiras estritamente médicas.

Segundo Pinto de Sousa, o congresso é também um espaço de actuação que vai potencializar a oportunidade de concretização de acordos efectivos de cooperação multilaterais no domínio da saúde dentro da Comunidade de Médicos de Língua Portuguesa (CMLP).

Participam no evento, os bastonários da Ordem de Médicos de Portugal, do Brasil, de Moçambique, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe, representantes das Associações Médicas de Moçambique e de Macau.

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