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ONG afirma que ajuda do Governo não é suficiente para suprimir a fome no Cunene

A organização não-governamental (ONG) World Vision considerou hoje que a ajuda do governo não chega para as cerca de 500 mil pessoas com falta de comida na província de Cunene, sul de Angola, por causa da seca.

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"Podemos confirmar que o nível de malnutrição aguda em Angola merece uma resposta de alto impacto urgente", disse a agência de desenvolvimento em declarações citadas no site informativo IRIN, especializado em reportagens em zonas de conflito e em histórias de desenvolvimento humano.

"O fornecimento de medicamentos essenciais está perturbado, a armazenagem de comida está vazia, há mais entradas em clínicas de nutrição que estão mal preparas para o nível de serviço necessário e os serviços aos doentes está reduzido", diz a ONG nas declarações citadas no IRIN.

A agência chama a atenção para a dimensão do problema, que afecta 70 por cento dos cerca de 800 mil habitantes da província de Cunene, no sul de Angola, uma região que enfrenta as consequências da má colheita do ano passado por causa da seca, a que se junta a reduzida disponibilidade financeira do Estado por causa da quebra do preço do petróleo e, consequentemente, das receitas fiscais.

O esforço que o Governo está a fazer para dar rações de emergência "é insuficiente para o alto nível de procura", e por isso a World Vision, dirigida pelo antigo director de comunicações das Nações Unidas para a Somália e Mogadíscio.

A província do Cunene, sul de Angola, recebeu no princípio de Janeiro 50 toneladas de bens alimentares das autoridades angolanas, disse o Ministério da Assistência e Reinserção Social, liderado por João Baptista Kussumua, durante um encontro com a Comissão de Protecção Civil do Cunene.

O governante angolano frisou que chegaram à província quantidades diversas de arroz, sal, farinha de milho, feijão, massa alimentar, óleo vegetal, além de medicamentos.

Segundo João Baptista Kussumua, a esta ajuda deverão juntar-se outras, de forma gradual, nos próximos dias, para minimizar os efeitos da seca que a província regista há cerca de três anos.

João Baptista Kussuma referiu que além das ajudas alimentares, as autoridades vão proceder à abertura de novos furos de água, nas zonas mais afectadas, e orientar a produção de novas culturas, nomeadamente a mandioca.

Além de João Baptista Kussumua, foram também ao Cunene os ministros da Saúde, José Van-Dúnem, da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Pedro Canga, da Administração do Território, Bornito de Sousa, e o secretário de Estado da Energia, Joaquim Ventura.

Esta intervenção do Governo segue-se a outras iniciativas privadas realizadas pelo país para apoiar as populações afectadas do sul de Angola, com maior gravidade as do Cunene.

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