O ministro do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, Job Graça, informou hoje que as contas angolanas reflectiram o efeito da crise petrolífera com o barril de crude médio exportado por Angola a ver a cotação cair de 96 dólares, em Janeiro de 2014, para 53 dólares em Dezembro de 2015.
De acordo com o governante, que falava no final da reunião do Conselho de Ministros que aprovou uma estratégia para fazer face à contínua diminuição das receitas petrolíferas, esta quebra teve como efeitos a redução da receita fiscal total angolana de 26,35 por cento no espaço de um ano, o equivalente a mais de 850 mil milhões de kwanzas. Passou de 4,096 biliões de kwanzas em 2014 para 3,242 biliões de kwanzas em 2015, precisou Job Graça.
Este cenário levou, em 2015, a uma quebra da despesa fiscal total de 27 por cento, à depreciação de 32 por cento do kwanza angolano, face ao dólar norte-americano, ao aumento da inflação de 7,48 para 14,27 por cento e à quebra de 11,53 por cento nas reservas internacionais, que passaram para 24,1 mil milhões de dólares, mas "ainda suficientes para cerca de seis meses de importações", garantiu Job Graça.
O crescimento económico do país também se reflectiu e desceu dos 4,8 por cento de 2014 para 2,8 por cento em 2015, disse.
O Governo projectou para 2016 um preço médio de 45 dólares por cada barril exportado, quando a cotação no mercado internacional caiu em Janeiro até aos 27 dólares, agravando os receios sobre a execução de alguns projectos, investimentos e despesa pública pelo país.
Tendo em conta este cenário, a reunião de hoje do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, aprovou a denominada estratégia para fazer face à crise derivada da queda acentuada do preço do petróleo no mercado internacional.
Prevê, segundo informação prestada no final da reunião, medidas a adoptar pelo Governo nos domínios fiscal, monetário, da comercialização externa e do sector real da economia, "com a finalidade de reduzir o impacto da escassez de divisas na economia nacional".