Ver Angola

Cultura

Centenas ensaiam carnaval angolano no bairro do Sambizanga desde Outubro

Centenas de homens, mulheres e crianças do popular bairro do Sambizanga, no centro de Luanda, ensaiam quatro horas, todas as noites, para que nada falhe no grande desfile de Carnaval e já não escondem a ansiedade.

:

É o caso dos 3000 foliões que o grupo União Operário Kabocomeu, fundado em Janeiro de 1952, pretende levar aos desfiles na nova marginal de Luanda, a 8 e 9 de Fevereiro. Ensaiam desde Outubro uma criação, ainda em segredo, que servirá de homenagem ao conhecido músico angolano "Bangão", do Sambizanga e que morreu em 2015.

"Para mim, o Carnaval é a melhor festa popular angolana. Depois disso só o futebol", garante à Lusa o filho do fundador deste grupo do Sambizanga, por entre os ensaios que todos os dias vão subindo de intensidade, marcados pelo apito dos ensaiadores e ao ritmo da música angolana.

Joaquim Filho, de 49 anos, é hoje o porta-voz e vocalista principal do Kabocomeu e confessa o objectivo natural do grupo, que este ano desfila no segundo escalão da competição: "É para vencer o título. Ninguém vai no campo derrotado. E nós vamos fazer surpresa", atira.

No União Operário Kabocomeu, que venceu o escalão principal do Carnaval da capital pela última vez em 1978, das varinas aos homens e infantis, todos levam os ensaios a sério, não fosse o desfile a montra maior de cada um dos bairros de Luanda. E mesmo com mais de 25 graus à noite, o ensaio da coreografia para o grande dia é feito por gosto.

"Sou a grande aquisição deste ano no Kabocomeu, é como nos clubes. Fui contratado para fazer o grupo subir [ao escalão principal]", brinca "Santos", monitor de dança há vinte anos e que agora é o ensaiador do grupo para o Carnaval de 2016.

"O 'Bangão' é um ícone da música popular angolana, nas suas composições e até na sua forma de vestir. O Kabocomeu está a trabalhar para conseguir dignificar o seu nome e estamos a contar com 3000 almas a desfilar, porque a nova marginal é pequena para nós", diz o ensaiador do grupo do Sambizanga.

Graciano Pedro, de 17 anos, dança no carnaval desde os seis e não falta aos ensaios, que decorrem na sede do grupo, no Sambizanga, todos as noites, com algumas lâmpadas para ajudar.

"Quando vou a desfilar sinto muita alegria, é emocionante ver aquela gente toda atenta", garante o jovem, logo corroborado pelo chefe de fila na dança, Sebastião Paulo, de 18 anos: "Fico muito contente, gosto mesmo de dançar o Carnaval. Este ano espero que o grupo tenha força para vencer a competição", atira o dançarino.

Em Luanda, a festa de 2016 prevê uma homenagem ao grupo União Kazukuta, também do bairro do Sambizanga.

Considerada a maior festa popular em Angola, o Carnaval deste ano começou a ser preparado, a nível nacional, em Junho de 2015, com um concurso público para selecção da empresa que importou os tecidos e acessórios da festa, a distribuir pelo Estado.

A festa propriamente dita decorre entre 5 e 9 de Fevereiro, com carnaval de rua em todas as províncias angolanas, bem como bailes e concursos em centros recreativos e hotéis, além de desfiles.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.