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Operação da BP em Angola vai ser afectada pelos despedimentos

O porta-voz da petrolífera BP confirmou hoje que a operação que a empresa tem em Angola vai ser afectada pelos cortes no pessoal, mas não especificou se haverá despedimentos ou apenas mais contenção nos custos.

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"Isto tem a ver com a necessidade que temos de ser mais competitivos e de reconhecer o ambiente de negócio cada vez mais desafiante", disse o porta-voz da BP, citado pela edição de hoje do Financial Times.

Os cortes, diz o jornal, citando indirectamente o responsável pela comunicação da empresa petrolífera, "vão afectar empregados e agências de emprego, e vão reduzir o número de empregados no negócio da perfuração em 17 por cento para menos de 20 mil e afectar as operações no Azerbaijão, Angola e no Golfo do México".

O grupo petrolífero britânico BP anunciou na terça-feira que vai suprimir pelo menos 4000 empregos em todo o mundo nos próximos dois anos, num contexto de fracas cotações do barril de petróleo.

Portugal, diz a BP local, fica de fora dos cortes: "A BP não opera em Portugal nas áreas da exploração e produção, logo este anúncio não impacta a operação da empresa em território nacional", realçou hoje em comunicado a BP Portugal.

Estes anúncios surgem numa altura em que as cotações do barril de petróleo estão particularmente baixas e se aproximam, actualmente, da barreira simbólica de 30 dólares, obrigando as grandes companhias petrolíferas a reduzirem o número de empregados e a reduzirem as contratações externas, nomeadamente de pessoal.

Assim, a Royal Dutch Shell já tinha anunciado no final do ano passado que tencionava suprimir 2800 empregos no novo grupo resultante da fusão com a empresa BG Group, comprada recentemente pela Shell.

Este número junta-se à supressão de 7500 empregos que já tinha sido anunciada pelos empregados da Shell.

Também esta semana a Petrobras anunciou mais uma revisão em baixa face ao plano de investimentos apresentado em Junho, tendo agora descido dos 130,3 mil milhões de dólares para 98 mil milhões de dólares, até 2019, uma quebra de 24,6 por cento.

A petrolífera brasileira explica o corte com a "optimização do portfólio de projectos, cujo orçamento foi reduzido em 21,2 mil milhões de dólares, e do efeito cambial", a que se juntam as dificuldades trazidas pelas reservas financeiras que foi forçada a fazer no caso da investigação Lava-Jato e a redução do preço do petróleo.

Segundo a empresa, os ajustes no investimento resultaram de uma baixa da projecção de produção de petróleo no Brasil para este ano, que deverá descer de 2,18 milhões de barris por dia para 2,14 milhões de barris por dia em 2016, aumentando depois para 2,7 milhões em 2020.

O preço do barril de petróleo Brent, para entrega em Fevereiro, abriu hoje em alta no mercado de futuros de Londres, a valer 31,02 dólares, mais 0,51 por cento do que no fecho da sessão anterior.

Na terça-feira, o barril de crude Brent encerrou no mercado de futuros de Londres em baixa de 2,18 por cento, para os 30,86 dólares.

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