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IMF fears that approaching elections could jeopardize reforms in the country

The International Monetary Fund (IMF) fears that the approaching presidential elections in Angola in 2027 will jeopardize ongoing reforms, advocating the continued removal of fuel subsidies and an automatic pricing mechanism, independent of political cycles.

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Num relatório de avaliação divulgado esta Quinta-feira, o Fundo refere que a economia recuperou em 2024 para 3,8 por cento (face a 1 por cento em 2023), mas nota que a dependência do petróleo continua a pesar no crescimento de médio prazo, tendo em conta a volatilidade dos preços e da produção desta matéria-prima, que representa 95 por cento das exportações e 60 por cento das receitas fiscais do país.

A instituição mostra-se preocupada com os efeitos da incerteza política na implementação de reformas económicas, a propósito das eleições presidenciais marcadas para 2027, e do ambiente político mais agitado, depois do MPLA ter perdido nas últimas eleições vários lugares no parlamento para a UNITA.

A luta política “pode adiar a implementação de reformas chave, nomeadamente o fim dos subsídios aos combustíveis e a cobrança de receitas internas, acelerando ao mesmo tempo as despesas de capital”, refere o relatório consultado pela Lusa.

O FMI realça que a situação orçamental ficou mais frágil, apesar da diminuição da dívida pública para 64 por cento do PIB em 2024 e o aumento de 20 por cento nas receitas petrolíferas, devido ao fraco desempenho das receitas não petrolíferas, derrapagens nas despesas de capital e uma reforma mais lenta dos subsídios aos combustíveis que conduziram a um défice orçamental global de 1 por cento do PIB (em comparação com um excedente de 1,3 por cento do PIB em 2023).

Por outro lado, o investimento directo estrangeiro não petrolífero duplicou nos primeiros três trimestres de 2024 apoiado em parte pelo desenvolvimento do Corredor do Lobito e procura acrescida de crédito, com um aumento anual de 28,1 por cento (dados de nNovembro de 2024).

Em termos de inflação, o FMI prevê que fique abaixo dos 20 por cento em 2025, alinhando gradualmente com os objectivos do banco central de um dígito a médio prazo, mas aponta vários riscos.

“O orçamento de 2025 assinala uma viragem para uma trajectória de consolidação orçamental mais lenta”, alerta o Fundo, que atribui as derrapagens orçamentais em 2024 a “despesas de capital mais elevadas, ganhos inferiores ao esperado com a reforma dos subsídios aos combustíveis e um desempenho insuficiente das receitas não petrolíferas”, apontando um aumento do défice para 1,3 por cento do PIB em 2025.

O FMI recomenda um regresso ao ajustamento para reconstituir os amortecedores orçamentais, apontando as pressões descendentes sobre o preço do petróleo, e defende que as receitas não petrolíferas, as despesas correntes e as despesas de capital de menor prioridade deverão suportar o peso do ajustamento, a favor das despesas de desenvolvimento no domínio social, nomeadamente investimentos na saúde e educação.

As medidas para aumentar as receitas não petrolíferas incluem a redução do limiar do IVA, o ajustamento dos escalões do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, reformas fiscais sobre o rendimento das empresas, desenvolvimento de um registo de propriedade e a implementação de um imposto sobre a propriedade.

O FMI insiste na retirada dos subsídios aos combustíveis, referindo que as poupanças conseguidas com o aumento dos preços do gasóleo em 2024 ficaram aquém dos objetivos e propõe um mecanismo automático de fixação dos preços para o processo de ajustamento ser transparente e isolar os preços das pressões políticas, e elogiou os esforços das autoridades para combater o contrabando de combustíveis.

O programa de privatizações das grandes empresas estatais deve ser acelerado e alargado, para mitigar os riscos orçamentais e contribuir para a arrecadação de receitas, sustenta.

O FMI realça também que o acesso ao crédito é um fator critico para o crescimento da economia não petrolífera, apontando constrangimentos como a falta de projetos financiáveis, a complexidade do registo das garantias e as dificuldades nos procedimentos de execução.

Face aos choques climáticos crescentes como cheias e secas, o Fundo fala da necessidade de infraestruturas resiliente, com melhorias na irrigação e práticas agrícolas adaptadas, considerando o financiamento privado e concessional crítico para colmatar o défice de infraestruturas e diversificar a economia.

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