A decisão consta de um despacho assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, autorizando o negócio pela "importância de dinamizar a política empresarial" das empresas de caminho-de-ferro de Luanda (CFL), Benguela (CFB) e Moçâmedes (CFM), "no sentido de concretizar os seus objectivos estratégicos".
O contrato envolve a China Railway International Group, que ficará responsável por fornecer equipamento das oficinas das três empresas públicas ferroviárias angolanas, de acordo com o mesmo despacho, com data de 5 de Setembro.
Estas aquisições, sobre as quais não foram adiantados detalhes, serão incluídas no Programa de Investimento Público angolano, segundo a mesma determinação. A reabilitação da rede ferroviária, destruída por cerca de 30 anos de guerra civil, custou, entre 2005 e 2015, cerca de 3,5 mil milhões de dólares, e foi garantida por empresas chinesas.
"Muitas vezes, e nem sempre de boa-fé, alguns perguntam onde é que vai o nosso dinheiro. Pois bem, a resposta está aí. Parte da reposta está aqui no Luau, na extensão do CFB", ironizou o ministro, em Fevereiro de 2015 o ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás, na inauguração do troço final daquela linha, na província do Moxico, completando um percurso de 1.344 quilómetros entre o litoral e interior.
Além da ligação à fronteira, entre o Luau e a República Democrática do Congo, a linha do CFB prevê a interligação com a da Zâmbia, outro dos países vizinhos de Angola no interior, precisamente pela possibilidade de exportação de minérios do centro do continente africano por via marítima, através do porto angolano do Lobito.
A reabilitação das três linhas nacionais edificadas durante o período colonial - além do CFB também o Caminho de Ferro de Luanda e o Caminho de Ferro de Moçâmedes -, envolveu 2612 quilómetros de rede e a construção de raiz de 151 estações ferroviárias.
Durante estes dez anos, a reabilitação da rede foi utilizada para a passagem de uma linha própria de fibra óptica, tendo sido ainda adquiridas 42 locomotivas, 248 carruagens de várias tipologias e 263 vagões, divulgou na mesma altura o ministro Augusto Tomás.