Actualmente, o número de homens que começam, sustentam e fazem crescer o seu próprio negócio é muito superior, comparativamente ao universo feminino. As razões que explicam este desequilíbrio são complexas e variadas, mas incluem diferenças no acesso ao capital humano, financeiro e social. Segundo a informação da BCG, em África as mulheres empreendedoras com maior ‘capital social’ têm acesso facilitado a várias fontes de crédito, como o microfinanciamento e empréstimos de cooperativas. A BCG conclui que os conhecimentos e credibilidade das redes de contactos podem melhorar o acesso ao financiamento.
Os dados recolhidos pela BCG especificamente em países africanos como Angola, África do Sul, Argélia, Gana e Nigéria, demonstram que um variado acesso a várias fontes de financiamento tem consequências positivas na relação das mulheres com o empreendedorismo e no sucesso feminino nos negócios. A mesma pesquisa relativa à América Latina e região das Caraíbas revela que um aumento de 10 por cento da participação feminina no mundo do empreendedorismo parece reduzir o hiato entre homens e mulheres na ordem dos 25 por cento.
Alexandre Gorito, Partner e Managing Director da BCG e responsável pelo escritório de Angola destaca a importância do papel dos Governos, empresas e organizações não governamentais como agentes de mudança: “É essencial que a sociedade tenha em mente o objectivo de melhorar o acesso das mulheres ao mundo dos negócios, porque o benefício é positivo em todos os campos – governativo, empresarial, social e económico. Alterar esta realidade significa começar já a pensar que medidas podem ser eficazes e de que forma isso torna os países mais competitivos à escala global.”
De acordo com o documento estratégico elaborado pela BCG, Bridging the Entrepreneurship Gender Gap: The Power of Networks, Alexandre Gorito refere ainda que “o empreendedorismo feminino é um desígnio global. Enquanto estas diferenças não forem resolvidas através de medidas concretas, as disparidades entre homens e mulheres vão manter-se e o desenvolvimento e crescimento económicos à escala global não atingirão o seu máximo potencial. Quando não existem outras oportunidades de trabalho, o empreendedorismo é um caminho para as mulheres se auto-projectarem e participarem ativamente na economia dos seus países”.