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Atlântico Foods investe 50 milhões de kwanzas para produzir bacalhau ‘made in Angola’

Os angolanos já podem comprar e consumir bacalhau 100 por cento nacional. O produto chegou ao mercado interno pelas mãos da Atlântico Foods, que avançou com um investimento inicial de 50 milhões de kwanzas para esta produção.

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O bacalhau com selo nacional estará já disponível durante a quadra festiva que se avizinha. "O produto já se encontra a ser comercializado em superfícies comerciais, nomeadamente nas lojas Maxi, por ser um projecto inicial em parceria com a mesma foi realizado o acordo entre a Atlântico Foods e a Maxi até 31 de Dezembro", informou a empresa, que, em declarações ao VerAngola, acrescentou que os "preços ronda entre os 9000 e 10.000 kwanzas por quilograma, aproximadamente".

Mas de onde veio a ideia de apostar na produção de bacalhau? A resposta tem a ver com o facto de a empresa pretender "ir de encontro às necessidades dos consumidores".

"A Atlântico Foods tem como princípio inovar e ir de encontro às necessidades dos consumidores angolanos, a tradição do bacalhau está implementada na cultura angolana, por essa razão e após alguns meses de testes, decidimos avançar com a produção", refere a Atlântico Foods.

Para este processo, a empresa avançou com um investimento inicial de 50 milhões de kwanzas. No entanto, tenciona aumentar esse número já a partir do próximo ano. "Temos já um investimento aproximado para esta fase inicial a rondar os 50 milhões de kwanzas, mas para o primeiro trimestre de 2024 já programado um aumento no investimento a rondar os 250 milhões de kwanzas", informou.

A produção, desde a matéria-prima aos consumíveis é inteiramente nacional, aponta a empresa, avançando que a qualidade do produto é semelhante ao importado.

"Todo o processo desde a escala, salga e secagem é exactamente igual ao de produção do bacalhau importado, por essa razão de serem muito idênticos na textura e no paladar", explica a Atlântico Foods, em declarações ao VerAngola.

Segundo a empresa, a produção do bacalhau – que desde que entra em fábrica até ficar pronto para comercialização dura aproximadamente 20 a 25 dias – visa atender, numa fase inicial, o mercado interno. Contudo, a empresa não descarta a possibilidade de exportar o bacalhau 'made in Angola'.

Nesse sentido, avança, já têm "alguns contactos para exportação, mas ainda é muito cedo" para avançarem "com alguns dados sobre essa possibilidade".

Em entrevista ao VerAngola, a empresa revelou que o "volume de bacalhau produzido até ao início" deste mês foi de cerca de 23 toneladas.

"Começamos a produção na segunda quinzena de Outubro, e o que produzimos não foi suficiente para a procura, dado que estamos numa época festiva de grande consumo de bacalhau", refere a empresa.

Sobre um possível aumento da capacidade de produção, a Atlântico Foods refere que isso será decidido pelo consumidor: "O consumidor final é que irá ditar quanto ao aumento de produção, em função da procura".

No entanto, dizem-se "confiantes" com a aceitação do bacalhau. "Estamos confiantes na aceitação do produto, sendo que já obtivemos por parte do consumidor sinais de aprovação em relação ao produto", aponta a empresa.

Sobre possíveis mudanças que a produção de bacalhau no país possa trazer para a economia nacional, a empresa considerou "a possibilidade de encontrar um produto nacional em tudo semelhante ao produto importado a custos muito mais reduzidos, contribuindo assim para a economia do país, complementado também com a indústria do sal".

A Atlântico Foods é uma empresa de direito angolano, sediada no Polo Industrial de Viana e que se dedica ao processamento e transformação de pescado nacional e que emprega aproximadamente 70 funcionários, maioritariamente nacionais, conta com o selo 'Feito em Angola'.

"Ostentamos o selo 'Feito em Angola' com enorme orgulho porque com a produção nacional todos temos a ganhar, nomeadamente o consumidor final em obter produtos com custos mais reduzidos, e cada vez mais de excelente qualidade", disse, em declarações ao VerAngola.

Quanto a próximos passos, a empresa diz que neste momento pretende "manter a eficiência, profissionalismo e qualidade em toda a linha de transformação", fazendo chegar "sempre o melhor que o mar nos dá à mesa de todos os angolanos", bem como estarem "preparados" para novos desafios.

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