Formanda no Instituto Superior Politécnico da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, no Lubango, há três anos, Julieta diz viver a sua primeira experiência plena de trabalho numa mina, apesar de ter realizado estágios profissionais na extinta Ferrangol e no IGEO, onde aprendeu a pôr em prática vários conceitos académicos.
"Não é fácil estudar geociências mas quem o faz apaixona-se e dedica-se", diz a jovem, citada pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Apesar de ser uma mulher num mundo maioritariamente dominado pelos homens, Julieta tem um sonho: o de até 2025 ver 40 por cento do efectivo mineiro no feminino, com as mulheres a liderar equipas e empresas. "Mulheres, estudem e dediquem-se. Venham mostrar aos homens de que somos capazes", apela.
Já sobre o seu dia-a-dia, liderando uma equipa constituída por homens e em que é a única mulher, a engenheira admite não ser fácil. Confessa que algumas pessoas ainda pensam que o lugar das mulheres não é nas minas. "Tenho-me imposto com a busca permanente de conhecimentos e dedicação, trabalhando três ou quatro vezes mais para provar que as mulheres são competentes", afirma.
A engenheira acrescenta ainda que sente "um gozo em trabalhar na área em que se formou" e o feedback que recebe das pessoas sobre o seu trabalho é "encantador e motivador".
Com 27 anos e natural do Lubango, Julieta quer "ser exemplo de alguma mulher em alguma parte do mundo", afirmando que não foi ela que escolheu a engenharia: "Foi a engenharia quem me escolheu. É por isso que faço tudo com muito carinho".
Quanto ao trabalho na mina – por vezes duro – remata que é mais do que um simples trabalho, "é uma paixão".