O ex-ministro fez saber que a decisão foi tomada livremente.
Citado pela Angop, Manuel Rabelais esclareceu que o gabinete era autónomo financeira e administrativamente, mas essa autonomia nunca aconteceu. O Grecima chegou a estar quatro meses sem receber qualquer dotação financeira por parte do Ministério das Finanças, adiantou.
Quanto às questões correntes, o ex-ministro indicou que a gestão dessa matéria era da responsabilidade da Semba Comunicação – uma empresa com a qual o gabinete tinha celebrado um contrato de prestação de serviços.
O pagamento dos serviços à Semba Comunicação era alocado pelo Ministério das Finanças, através da Casa de Segurança do Presidente da República, disse, acrescentando que para que o Grecima conseguisse cumprir as suas obrigações financeiras precisava, por ano, de receber entre 90 a 100 milhões de dólares.
No entanto, devido à crise, o órgão nunca recebeu a quantia acima mencionada, indicou.
Quanto aos 121 milhões de kwanzas que recebeu em 2017, Manuel Rabelais explicou que esse dinheiro foi usado para saldar dívidas que o gabinete tinha pendentes depois de ter contratado empresas para prestação de serviços.
O julgamento do ex-ministro arrancou na Quarta-feira. O ex-director do Grecima é acusado dos crimes de peculato de forma continuada, violação de normas de execução do plano e orçamento e branqueamento de capitais, praticados entre 2016 e 2017, quando ainda ocupava o cargo de director do extinto Grecima.
No caso, é também arguido Hilário Santos, o então assistente administrativo do Grecima. De acordo com a acusação, Manuel Rabelais, ajudado por Hilário Santos, terá transformado o gabinete nunca casa de câmbios "angariando empresas e pessoas singulares para depositarem kwanzas em troca de modera estrangeira".
O julgamento vai ser retomado na próxima Segunda-feira.