No mais recente relatório de análise da economia nacional, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a agência de rating escreve que "o perfil de crédito de Angola é limitado por uma deterioração significativa das métricas da dívida nos últimos anos, com a dívida a dever atingir um pico de 104 por cento do PIB este ano".
No relatório, a Moody's diz que "a combinação dos preços do petróleo mais elevados desde 2018 e uma forte depreciação da moeda nacional nos últimos dois anos resultou num excedente orçamental", de 2,8 por cento este ano, que tem sido usado "em parte para reduzir o stock da dívida, o que faz diminuir os riscos de liquidez do Governo".
No final de Setembro, o stock de dívida rondava os 68 mil milhões de dólares, o que compara com os 70 e 74 mil milhões de dólares no final dos anos de 2018 e 2017, respectivamente, diz a Moody's, apontando que "como o Governo deve usar algum do excedente orçamental para pagar a dívida, o valor nominal em dólares deve continuar o seu lento declínio".
No entanto, acrescentam, "a depreciação do kwanza vai afectar significativamente o rácio da dívida sobre o PIB, já que cerca de 80 por cento da dívida é detida em moeda estrangeira", o que fará o rácio subir de 81 por cento no final de 2018 para 104 por cento este ano.
A Moody's classifica o rating de Angola em B3, abaixo da recomendação de investimento, mantendo uma Perspectiva de Evolução Estável desde o ano passado.