Segundo a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, que falava aos jornalistas no final da 2.ª Reunião da Comissão Multissetorial para Salvaguarda do Património Cultural Mundial, além de Angola, o festival vai contar com participação de delegações do Gabão, República do Congo e República Democrática do Congo, a que se juntarão também os Camarões, Chade e Guiné Equatorial.
Carolina Cerqueira salientou que o FESTICONGO vai constituir "uma grande manifestação artística" com exposições e outros eventos, precisamente numa altura em que se celebrará o segundo aniversário da elevação de Mbanza Congo a Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Segundo a ministra da Cultura, as autoridades de Luanda tencionam também tornar a cidade de Mbanza Congo uma das principais mostras da cultura africana e internacional no âmbito da Bienal da Paz, que se realizará em Angola, também em 2019.
A 8 de Julho de 2017, a UNESCO declarou, por unanimidade, o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, no norte do país, como Património Mundial da Humanidade.
A realização deste festival internacional, reunindo os vários países que integravam o antigo Reino do Congo, foi uma das recomendações da UNESCO a Angola, aquando da aprovação da candidatura.
O projeto "Mbanza Congo, Cidade a Desenterrar para Preservar" teve como principal propósito a inscrição da capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, tendo sido oficialmente lançado em 2007.
O centro histórico de Mbanza Congo está classificado como património cultural nacional desde 10 de Junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial.
A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas civilizações em África à data.
O chamado Reino do Congo, ou Império do Congo, foi uma região africana localizada no sudoeste da África, no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, incluindo Cabinda, à República do Congo, parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão.
Em relação ao semba, Carolina Cerqueira indicou que as autoridades angolanas continuam a trabalhar para que este género musical tradicional de Angola se torne Património Cultural Imaterial da Humanidade.
"Defendemos que o nosso semba tem condições para ser candidato a património imaterial da humanidade, mas há uma série de procedimentos legais a que temos que responder", referiu, indicando que está a ser elaborado um relatório de fundamentação nesse sentido, em que participam o ministério, vários peritos e representantes da sociedade civil e de outras instituições, como a Academia Angolana de Letras (AAL).