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Futuro de Isaías Samakuva à frente da UNITA decide-se a 14 de Dezembro

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) reúne a sua comissão política a 14 de Dezembro para discutir nomeadamente a intenção comunicada por Isaías Samakuva de abandonar a liderança do maior partido da oposição.

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De acordo com informação disponibilizada à Lusa por fonte da UNITA, a terceira reunião ordinária da comissão política vai decorrer em Viana, arredores de Luanda, e pretende analisar "aspectos da vida interna do partido e do país de um modo geral", com destaque para a análise ao desempenho nas eleições gerais de 23 de Agosto, "bem como o pronunciamento do presidente do partido sobre a sua posição na direcção".

Isaías Samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte em combate, no ano anterior, do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, o que levou ao fim da guerra civil de quase 30 anos.

Em declarações à agência Lusa, a 8 de Novembro, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, admitiu que existia um consenso para sensibilizar Isaías Samakuva a retroceder na intenção de abandonar a liderança. "O partido não está em crise, antes pelo contrário, está fortificado, mais unido e coeso e ele [Isaías Samakuva] está dentro do seu mandato, que termina em 2019. É esta a tendência, de poder continuar até terminar o mandato, mas tudo será analisado nesta reunião da comissão política", indicou Alcides Sakala, também deputado do partido.

Vários históricos daquele antigo movimento independentista admitiram nas últimas semanas a possibilidade de concorrerem à liderança do partido fundado por Jonas Savimbi, incluindo o seu próprio filho e actual deputado da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, entre outros.

A 27 de Setembro, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, anunciou que pretende abandonar a liderança, colocando o seu lugar à disposição no arranque de um novo ciclo político no país, após as eleições gerais angolanas de Agosto, em que o partido ficou no segundo lugar.

"Afirmei aos angolanos, antes e durante a campanha eleitoral, que depois das eleições deixaria o cargo de presidente da UNITA para servir o partido numa posição diferente [concorria a Presidente da República]. Mantenho e reafirmo esta decisão", disse Isaías Samakuva, que falava então na abertura da quarta reunião ordinária da Comissão Política do Comité Permanente da UNITA, nos arredores de Luanda.

O líder do maior partido na oposição em Angola, o segundo mais votado nas eleições gerais, que viu o número de deputados eleitos quase duplicar, para 51, defendeu antes que "é chegado o momento de se desencadear um novo processo conducente a materialização da sua decisão", propondo por isso a realização de um congresso extraordinário.

A decisão cabe à comissão política do partido, que segundo o porta-voz da UNITA pode tentar convencer Isaías Samakuva a cumprir o mandato até ao final.

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