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"Patrulha Pata", "Doutora Brinquedos" e "Frozen" são os mais procurados do Natal luandense

A reduzida procura e as dificuldades nas importações são as principais queixas, por estes dias, dos comerciantes de brinquedos de Luanda, apontando a crise financeira que o país atravessa como origem das dificuldades, mesmo em período de Natal.

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Numa ronda feita pela agência Lusa junto dos lojistas que se dedicam à comercialização de brinquedos na zona comercial do São Paulo, em Luanda, estes queixam-se mesmo que a procura baixou em comparação com os anos anteriores, o que levou mesmo à redução de funcionários.

É o caso de Ali Abdallah, proprietário da loja de brinquedos "KOS - FAMS INTER", que lamenta à Lusa a falta de movimento, a pouco mais de uma semana do Natal. "Este período de vendas tem sido muito lento, sem movimento como nos anos passados, penso ser devido ao período económico que vive o país. Todo o mundo diz que não tem dinheiro, apesar de os preços estarem muito baixos", explica.

Carros, jogos de bonecas, brinquedos de cozinha, motorizadas ou bicicletas preenchem as montras da loja, propositadamente para cativar clientes neste período festivo, com preços a variarem entre os 200 kwanzas os 10.000 kwanzas.

"São preços aceitáveis, mas o problema é que não tem muito movimento (…) todo o mundo procura, mas mesmo assim não tem aquela venda, por dia podemos receber entre 50 a 100 clientes, mas os que compram são poucos", relata.

De acordo com Ali Abdallah, a fraca procura dos produtos levou a loja reduzir para metade o número de funcionários, lamentando ainda as dificuldades para importar o material que comercializa devido à falta de divisas. "Muitas lojas reduziram até a renda e a gente até reduziu para metade o número de trabalhadores", conta.

Preenchidas com os últimos brinquedos do mercado internacional, as grandes superfícies que proliferam em Luanda representam outra ameaça para estes pequenos comerciantes de bairro, em oferta e por vezes em preços.

Na loja "Pérola do Minho", também na capital, a situação é semelhante, com um "movimento calmo" por estes dias, contrastando com o passado. Não há "aquela emoção toda de Natal como se registava nos anos anteriores", conta a balconista Maria Pedro Manuel.

"Os preços que temos variam entre os 1000 kwanzas e os 5000, também temos brinquedos de 600 e 800 kwanzas e também fazemos descontos para quem compra em grandes quantidades", explica.

Actualmente, brinquedos de séries infantis de televisão, como "Patrulha Pata", "Doutora Brinquedos" ou "Frozen" são os mais procurados.

Em tempo de crise, aquele estabelecimento comercial procura contornar as dificuldades para manter a loja funcional e atender à procura. "Apesar das dificuldades de importar o material que muitos comerciantes passam, vamo-nos virando para manter a loja funcional. Temos o stock já garantido de produtos", concluiu.

Giovana Tomás escolheu a "Pérola do Minho" para adquirir um jogo de luzes de Natal, enquanto faz contas ao que vai gastar em prendas neste período. "Sabemos que nesta fase a pessoa têm que oferecer muita coisa, a par dos gastos de casa, então é complicado fazer uma estimativa de quanto você quer gastar. Às vezes podes fazer um orçamento de 50.000 kwanzas e quando chegas no local as coisas podem atingir um valor maior", realçou. "Realmente está complicado, mas quanto menos gastarmos, melhor", concluiu.

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