O debate antecede a discussão e votação na generalidade do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017, que sobe ao parlamento na quinta-feira, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) já fez saber que vai falar do "círculo familiar" que em Angola "detém a maior parte da riqueza" do país.
"Quando a maior parte dos angolanos não tem usufruído deste crescimento que fomos tendo nos últimos anos", disse a segunda vice-presidente do grupo parlamentar, Navita Ngolo Manuvakola, citada na imprensa nacional.
A deputada da UNITA afirma que a distribuição da riqueza "é fundamental" para o desenvolvimento do país e aludiu "aos níveis de percepção da corrupção em Angola".
O maior partido da oposição queixa-se nomeadamente do destino dado às reservas financeiras geradas pela exportação do petróleo, com a cotação acima dos 100 dólares por barril como foi o caso até 2014.
"É preciso que este crescimento seja distribuído para todos", aludiu a deputada da UNITA.
De acordo com dados do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica, as receitas fiscais com a exportação de petróleo renderam ao país 280 mil milhões de dólares entre 2002 e 2014.
O CEIC aponta que as receitas globais, incluindo os lucros das petrolíferas, terão ascendido a 468 mil milhões de dólares neste período.