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Problemas relativos a Angola estão resolvidos, diz presidente do BPI

O presidente do BPI, Artur Santos Silva, disse que estão resolvidos os problemas relativos à exposição excessiva do BPI a Angola, que motivava a preocupação do BCE, depois de aprovada a venda de 2 por cento do BFA à Unitel.

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"Conseguimos resolver os problemas relativamente à desconsolidação da nossa participação no BFA [Banco de Fomento de Angola] e cumprimos o problema do excesso de concentração de risco em Angola, estão resolvidos os problemas", afirmou Santos Silva em conferência de imprensa, após a assembleia-geral de accionistas no Porto.

Há cerca de dois anos que o BPI está a tentar cumprir as exigências do Banco Central Europeu de reduzir a exposição ao mercado angolano, onde Frankfurt considera que a supervisão não é equivalente à europeia, o que levou ao desencadear de um conflito entre os seus principais accionistas, o grupo espanhol Caixabank e a angolana Santoro, e mais recentemente fez o BCE ameaçar com multas caso o BPI não cumprisse as regras da supervisão.

Na reunião magna desta Terça-feira, em que a venda parcial do BFA foi aprovada por 83,23 por cento dos votos expressos, vários pequenos accionistas deram a indicação à Lusa de que Caixabank e Santoro se abstiveram, mas o fundador do BPI não quis confirmar ou pronunciar-se sobre sentidos de voto específicos.

Artur Santos Silva disse apenas que 76 por cento do capital social se absteve e que 24 por cento aprovou.

Os principais accionistas do BPI são o Caixabank, que detém cerca de 45,50 por cento do capital social (e tem em curso uma Oferta Pública de Aquisição para controlar a totalidade do capital do banco), e a angolana Santoro, com 18,6 por cento.

Entre os accionistas de referência contam-se ainda a seguradora Allianz, com 8,4 por cento, a ‘holding’ da família Violas, com 2,68 por cento, e o Banco BIC, com 2,28 por cento, posição esta que se relaciona com a da Santoro, uma vez que ambas as empresas têm Isabel dos Santos como accionista de referência.

A Unitel, que ficará agora a controlar o BFA, uma vez que aumenta a sua participação para 51,9 por cento (ficando o BPI com 48,1 por cento).

Questionado sobre se há a possibilidade de as abstenções terem acontecido para evitar contestação judicial pelos pequenos accionistas, que consideravam que tanto Santoro como Caixabank têm interesse na venda do BFA e que por isso não deviam votar na assembleia-geral, Santos Silva recusou comentar.

"Pode fazer as leituras que entender. Neste processo, e chegados a este ponto, só 3,8 por cento do capital social esteve contra esta transacção", vincou.

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